Um relatório do Serviço de Inteligência do Ministério da Justiça revela um possível acordo de cooperação entre as duas maiores facções criminosas do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV). O documento sugere que as organizações estão unificando suas estratégias jurídicas para tentar flexibilizar o regime penitenciário federal de seus líderes presos.
O Fantástico teve acesso ao relatório, que afirma que advogados das duas facções estão trabalhando juntos para pressionar por mudanças no sistema prisional. Entre as demandas, estaria a revogação de restrições severas impostas a detentos de alta periculosidade, como a proibição de visitas com contato físico.
Além das articulações jurídicas, o documento também sugere que o pacto pode ter reflexos fora das prisões. Mensagens investigadas por autoridades indicam que as facções podem ter decretado uma trégua nas ruas, suspendendo ataques entre seus membros em diversas capitais. Embora ainda não haja confirmação oficial da autenticidade dessas mensagens, o promotor Lincoln Gakiya, especialista na investigação do PCC há mais de duas décadas, afirmou que há indícios de que a trégua já está em vigor em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo.
“A união das duas maiores organizações criminosas do país pode levar a um incremento no tráfico internacional de cocaína, no tráfico de armas para o Brasil. É um compartilhamento de rotas e, sobretudo, fortalecimento ainda maior dessas organizações criminosas”, alertou Gakiya.
O Ministério da Justiça segue monitorando a situação para avaliar o impacto da possível aliança, que pode representar uma ameaça à segurança pública em escala nacional.