CPI das Bets pede indiciamento de Virginia Fonseca, Deolane Bezerra e outros 14 nomes; relatório aponta fraude e lavagem de dinheiro

O relatório final da CPI das Apostas Esportivas, apresentado nesta terça-feira, 10, pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), pediu o indiciamento de 16 pessoas ligadas ao mercado de apostas online, incluindo figuras públicas como as influenciadoras Virginia Fonseca e Deolane Bezerra. A votação do parecer deve ocorrer ainda nesta semana no Senado.

A comissão, que teve seus trabalhos iniciados há quase sete meses, aponta possíveis crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, publicidade enganosa e atuação em organizações criminosas.

Entre os nomes citados, estão também ex-BBBs, empresários e operadores de sites de apostas ilegais.

Virginia é acusada de induzir seus seguidores a apostarem com promessas de ganhos irreais. Já Deolane teria participação oculta em uma empresa de apostas chamada ZeroUm, que opera mediante decisão judicial e não possui autorização federal. Segundo a relatora, há “fortes indícios” de que Deolane continua à frente da empresa, mesmo após alterações societárias.

O relatório também sugere investigações contra a empresa Paybrokers, apontada como responsável por intermediar transações entre apostadores brasileiros e plataformas internacionais, operação considerada suspeita e passível de lavagem de dinheiro.

Além de apontar suspeitos para indiciamento, o documento traz 19 propostas de projetos de lei que visam endurecer o controle sobre o setor de apostas no país. Entre as sugestões estão: proibição de apostas para pessoas inscritas no CadÚnico, limitação de horário para funcionamento de sites (das 19h às 3h) e criminalização da publicidade enganosa com promessas de enriquecimento fácil.

Segundo a senadora Soraya, a CPI detectou um “crescimento descontrolado e abusivo” do mercado de bets no Brasil, com impactos diretos sobre famílias de baixa renda. Para ela, o objetivo agora é frear esse avanço com medidas legislativas duras, focadas na proteção do consumidor e na saúde pública.

Apesar da gravidade das denúncias, o indiciamento não é automático. O relatório segue agora para o Ministério Público e outros órgãos competentes, que decidirão se há base para abertura de processos criminais.