O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, registrou alta de 0,39% em novembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo IBGE. Embora menor que o índice de outubro (0,56%), o resultado superou as expectativas do mercado, que previa um aumento de 0,34%.
A inflação acumulada nos últimos 12 meses chegou a 4,87%, ultrapassando o teto da meta para 2024, que é de 4,50%. Este é o maior índice acumulado desde setembro de 2023, quando foi registrado 5,19%.
Grupos de impacto: carnes e passagens aéreas em destaque
A elevação foi puxada principalmente pelo grupo Alimentação e Bebidas (1,55%), com destaque para o aumento de 8,02% nos preços das carnes. Já o grupo Transportes (0,89%) foi influenciado pela alta de 22,65% nas passagens aéreas, enquanto Despesas Pessoais (1,43%) refletiu o aumento no preço do cigarro (14,91%).
Por outro lado, o grupo Habitação apresentou queda de 1,53%, devido à redução de 6,27% nos preços da energia elétrica residencial, atribuída à troca da bandeira tarifária vermelha para amarela em novembro.
O índice acima das projeções aumenta a pressão sobre o Banco Central, que pode elevar novamente a taxa básica de juros em sua próxima reunião. Para que a inflação de 2024 fique dentro da meta, o IPCA de dezembro não pode ultrapassar 0,20%.
A valorização do dólar em relação ao real, acumulando alta de 20% no ano, também contribuiu para a elevação nos preços das carnes, devido ao aumento das exportações e à menor disponibilidade de animais para abate no mercado interno.
Outros destaques econômicos
- Índice de Serviços: Enquanto o IPCA desacelerou, a inflação de serviços acelerou de 0,35% em outubro para 0,83% em novembro, com impacto de alimentação fora do domicílio (0,88%), passagens aéreas e pacotes turísticos (4,12%).
- INPC: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor, usado para reajustes salariais, subiu 0,33% no mês, acumulando 4,84% nos últimos 12 meses.
A desaceleração mensal do IPCA indica um cenário de ajuste, mas os aumentos nos custos de alimentos e serviços essenciais ainda pressionam o orçamento das famílias brasileiras, exigindo atenção às medidas de controle inflacionário.