Fraude no azeite: governo já baniu mais de 70 marcas desde 2024 por riscos à saúde

Desde o início de 2024, o governo brasileiro intensificou as fiscalizações sobre o mercado de azeites e já vetou mais de 70 marcas e lotes por irregularidades graves. As ações foram conduzidas em parceria pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pela Anvisa, com o objetivo de proteger os consumidores de produtos adulterados e potencialmente perigosos.

Na sexta-feira, 6, a Anvisa baniu três novas marcas de azeite, enquanto o Mapa proibiu a venda de oito lotes específicos. Algumas empresas atuavam sem CNPJ ativo no Brasil, fabricando produtos com adição de óleos vegetais ou operando em locais clandestinos, sem controle de qualidade ou higiene.

Entre as marcas mais recentes que tiveram todos os lotes proibidos, figuram Cordilheira, Serrano, Alonso, Quintas D’Oliveira, Almazara, Escarpas das Oliveiras, Grego Santorini e La Ventosa. A maior parte foi incluída em listas de apreensões e interdições por riscos à saúde pública, incluindo incerteza sobre a composição dos produtos e falsificação da origem.

O caso da marca Alonso gerou dúvidas, pois existem dois azeites com esse nome no mercado brasileiro. A marca proibida é representada pela empresa Cotinga Ltda., cuja origem é desconhecida.

Já a versão autorizada tem fabricação no Chile e distribuição pela Agrícola Pobena S.A., considerada regular pelas autoridades.

De acordo com o governo, muitos produtos fraudados foram fabricados em condições precárias, vendidos a granel ou oferecidos a preços muito abaixo da média — um sinal comum de adulteração. Algumas empresas tinham CNPJs suspensos ou sequer eram registradas, o que reforçou a suspeita de práticas ilícitas.

O Ministério da Agricultura tem orientado os consumidores a evitarem azeites com preço muito abaixo do mercado e sempre verificarem se a marca está entre as proibidas. Há ferramentas públicas para isso: tanto a Anvisa quanto o Mapa disponibilizam buscadores online onde é possível conferir se uma marca ou lote foi banido.

Enquanto isso, operações conjuntas entre governo federal e órgãos estaduais seguem em andamento para coibir novas fraudes e retirar do mercado produtos que representem risco à saúde.

Para saber se a marca de azeite que você consome está regularizada, acesse os canais oficiais da Anvisa e do Ministério da Agricultura. A fiscalização é constante, mas a atenção do consumidor continua sendo fundamental.