Tragédia no metrô de São Paulo: homem morre ao ficar preso entre portas e causa comoção entre passageiros

A manhã desta terça-feira, 6, começou com desespero na estação Campo Limpo, da Linha 5-Lilás do metrô de São Paulo. Um homem morreu após ficar preso entre a porta do vagão e a da plataforma. O episódio, presenciado por dezenas de passageiros, gerou cenas de pânico e revolta, reacendendo a discussão sobre falhas de segurança na operação da ViaMobilidade, concessionária responsável pela linha.

“O trem passou por cima dele. Todo mundo ficou desesperado e começou a chorar”, relatou Bruno Moreira Costa, gestor comercial que estava na plataforma.

Ele testemunhou o momento em que as portas se fecharam com o homem ainda preso entre elas.

Segundo os relatos, o acidente aconteceu pouco antes das 8h, em um horário de grande movimentação. Ainda não se sabe a identidade da vítima, que não portava documentos no momento do ocorrido. A concessionária afirma que está tentando localizar os familiares para prestar apoio.

A auxiliar de limpeza Daniela dos Santos também estava na estação e desabafou sobre o caos que enfrentou. “Toda vez é essa humilhação. A gente sai de casa cansado pra trabalhar e ainda tem que passar por isso. Tá cada vez pior”, afirmou à TV Globo.

O funcionamento da linha, que liga o Capão Redondo à Chácara Klabin, já vinha sendo alvo de críticas por recorrentes atrasos e superlotação. Após o acidente, a ViaMobilidade inicialmente alegou apenas “presença de pessoa na via”, omitindo o ocorrido por mais de uma hora. A circulação de trens chegou a ser interrompida parcialmente e só foi normalizada após as 10h.

A plataforma da estação Campo Limpo possui portas de segurança que deveriam funcionar como barreiras entre os passageiros e os trilhos. Esses mecanismos contam com sensores que impedem o fechamento caso algo esteja no caminho. No entanto, testemunhas afirmam que esses sistemas falharam.

“Era pra ter aberto de novo, como uma porta de elevador. Não aconteceu nada. O trem partiu”, denunciou Bruno.

A cena foi tão impactante que muitos passageiros abandonaram os vagões. Em Santo Amaro, trens parados por mais de 11 minutos geraram desistência de usuários que preferiram não seguir viagem.

A morte do passageiro reacende alertas sobre a fragilidade do sistema de transporte da capital paulista e a falta de estrutura adequada em linhas concedidas à iniciativa privada. Segundo o delegado responsável pelo caso, as investigações irão apurar se houve falha humana, técnica ou negligência operacional.