A crescente presença de membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos Estados Unidos está chamando a atenção de autoridades norte-americanas e brasileiras. A facção criminosa, com sede no Brasil, tem sido identificada por órgãos de inteligência como uma ameaça crescente no território americano. O foco das investigações está na entrada ilegal e nas atividades de contrabando realizadas por integrantes da facção.
Expansão do PCC e medidas das autoridades
Desde 2022, os órgãos de inteligência brasileiros têm notado uma movimentação significativa de membros do PCC nos EUA, principalmente na região de Massachusetts e Pensilvânia, onde há uma grande comunidade brasileira. A recente prisão de um fugitivo do PCC em Boston, em maio de 2023, destacou o problema. A Operação de Fiscalização e Remoção (ERO) dos EUA tem atuado para prender e deportar esses indivíduos, como foi o caso de Adinan de Souza Fontoura, preso em agosto de 2024.
A atuação do PCC nos Estados Unidos tem sido limitada principalmente a atividades de contrabando e fuga da Justiça brasileira. No entanto, o governo americano está cada vez mais atento à presença da facção, como evidenciado pela ordem executiva assinada pelo presidente Joe Biden em 2021, que incluiu o PCC entre os alvos de sanções contra o comércio ilícito de drogas. Recentemente, o governo dos EUA bloqueou bens de Diego Macedo Gonçalves do Carmo, suspeito de ser um importante operador financeiro do PCC.
Desafios e Reações
O avanço do PCC nos EUA é visto como uma ameaça potencialmente séria, mas enfrentará desafios significativos. O especialista em crime organizado, Marcio Sergio Christino, aponta que grupos criminosos já estabelecidos nos EUA são bem organizados e podem resistir a novos entrantes. A dificuldade para o PCC se estabelecer de forma robusta nos Estados Unidos é agravada pela presença de mafias locais e pela complexidade do sistema de justiça americano.
O secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, reconhece que o crime organizado brasileiro tem se expandido internacionalmente, mas não possui detalhes específicos sobre a presença do PCC nos EUA. A situação ressalta a necessidade de uma cooperação internacional mais estreita para combater a criminalidade organizada e suas redes globais.
As investigações continuam, e as autoridades americanas e brasileiras estão trabalhando para entender e mitigar o impacto da presença do PCC nos Estados Unidos. A expansão da facção é um alerta para a crescente interconexão do crime organizado global e a necessidade de respostas coordenadas para enfrentar essas ameaças.