A polícia brasileira anunciou nesta segunda-feira,4, o indiciamento de um comerciante colombiano de peixe, acusado de planejar o assassinato do especialista em assuntos indígenas Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorrido em 2022 na região amazônica. Embora o comunicado oficial não tenha divulgado o nome do acusado, uma fonte policial e outra com conhecimento direto da investigação confirmaram que se trata de Ruben Dario da Silva Villar.
De acordo com as investigações, Villar é apontado como fornecedor da munição utilizada no crime e como responsável por ajudar a ocultar os corpos. Durante depoimentos, o comerciante negou envolvimento nos assassinatos. Villar está detido desde julho de 2022, um mês após as mortes, que aconteceram enquanto Pereira e Phillips navegavam pelo rio Itaquai.
Motivação e contexto da investigação
A polícia federal concluiu que Villar financiava operações ilegais de pesca dentro do território indígena do Vale do Javari, uma área com a maior concentração de povos isolados do mundo. A motivação para os assassinatos estaria ligada às ações de Bruno Pereira, que se dedicava a monitorar e fazer cumprir as leis ambientais na região. “A vítima estava comprometida com a proteção da conservação ambiental e a defesa dos direitos indígenas”, afirmou a polícia em nota.
Dom Phillips, que acompanhava Pereira na ocasião, estava trabalhando em um livro sobre a Amazônia, cuja publicação será póstuma. Bruno Pereira, que já havia atuado na Funai (Fundação Nacional do Índio), estava afastado na época dos fatos e colaborava como consultor para a Univaja, uma associação local de defesa indígena.
Desdobramentos do caso
Ao longo dos dois anos de investigação, nove pessoas foram indiciadas, incluindo Amarildo da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima, que confessaram o crime, alegando legítima defesa. Ambos enfrentarão julgamento por júri popular, conforme decisão judicial.
Matéria traduzida de AP News