A Justiça Militar determinou a prisão de Luan Felipe Alves Pereira, PM acusado de arremessar um jovem de uma ponte na Zona Sul de São Paulo, durante uma abordagem na noite do último domingo (1º). O soldado, que já estava detido na Corregedoria da Polícia Militar, será transferido para o Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte da capital paulista.
O caso ocorreu na região de Vila Clara, durante a dispersão de um baile funk. Imagens gravadas por testemunhas mostram o momento em que o policial levanta o jovem e o joga de uma altura de três metros. A vítima, Marcelo, um entregador de 25 anos, caiu de cabeça no córrego abaixo, mas sobreviveu com ferimentos leves. Ele foi socorrido por moradores da região.
O pai de Marcelo expressou indignação ao descrever o ocorrido como inadmissível. “A polícia existe para proteger, não para agir dessa forma. Meu filho é trabalhador, sem qualquer passagem pela polícia”, afirmou em entrevista à imprensa.
Investigação e punição
Segundo o inquérito conduzido pela Corregedoria da PM, Luan alegou que pretendia arremessar a vítima ao chão e não no córrego. No entanto, as gravações desmentem sua versão, demonstrando uma conduta considerada “errante e inaceitável”.
O soldado já esteve envolvido em outro caso de violência policial no ano passado, quando foi acusado de homicídio por disparar 12 tiros contra um homem em Diadema. Na ocasião, o Ministério Público arquivou o caso alegando legítima defesa.
Além de Luan, outros 13 policiais que participaram da operação na Vila Clara foram afastados de suas funções. Todos utilizavam câmeras corporais, cujas gravações estão sendo analisadas para elucidar o ocorrido.
Repercussão
O governador de São Paulo e o secretário de Segurança Pública repudiaram a ação. Em nota, afirmaram que atos como o de Luan são incompatíveis com o uniforme da Polícia Militar e prometeram punições severas. O Ministério Público também classificou o episódio como “estarrecedor” e destacou que o caso será investigado com rigor pelo Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (Gaesp).
Este incidente reacende o debate sobre a conduta de policiais e a necessidade de medidas para evitar abusos durante abordagens, preservando a segurança da população e a credibilidade das forças de segurança.