O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 3,4% em 2024, totalizando R$ 11,7 trilhões, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado superou o crescimento de 3,2% registrado em 2023 e foi o maior desde 2021.
Apesar da expansão, o crescimento ficou abaixo das expectativas do mercado financeiro, que previa uma alta de 4,1% no ano. No último trimestre, o PIB teve uma leve alta de 0,2%, indicando uma desaceleração da economia entre outubro e dezembro.
Setores que impulsionaram o crescimento em 2024
O crescimento foi impulsionado pelos setores de serviços e indústria, além do forte consumo das famílias:
- Serviços: alta de 3,7%
- Indústria: avanço de 3,3%
- Agropecuária: queda de 3,2%
- Consumo das famílias: crescimento de 4,8%
- Consumo do governo: aumento de 1,9%
- Investimentos: alta de 7,3%
- Exportações: avanço de 2,9%
- Importações: crescimento de 14,7%
Fatores que impulsionaram o PIB
O crescimento do PIB foi puxado pelo consumo das famílias, impulsionado por programas de transferência de renda do governo, melhora no mercado de trabalho e juros mais baixos em comparação com 2023.
O setor de serviços teve crescimento em todas as suas atividades, com destaque para:
- Comércio (+3,8%)
- Informação e comunicação (+6,2%)
- Atividades financeiras (+3,7%)
- Transporte e armazenagem (+1,9%)
Na indústria, os segmentos que mais cresceram foram:
- Indústria de transformação (+3,8%)
- Construção civil (+4,3%)
- Eletricidade e gás, água e saneamento (+3,6%)
Os investimentos no país tiveram uma alta expressiva de 7,3%, impulsionados pela importação de bens de capital, crescimento na construção civil e expansão da indústria de tecnologia.
Impacto negativo da agropecuária e desaceleração no 4º trimestre
O setor agropecuário registrou retração de 3,2% devido a efeitos climáticos adversos, que impactaram importantes culturas como soja (-4,6%) e milho (-12,5%). Isso influenciou a desaceleração do PIB, já que o agronegócio foi um dos principais responsáveis pelo crescimento econômico de 2023.
No último trimestre do ano, houve uma desaceleração generalizada:
- Serviços: crescimento modesto de 0,1%
- Indústria: leve alta de 0,3%
- Agropecuária: queda de 2,3%
- Consumo das famílias: retração de 1,0%
Especialistas apontam que a desaceleração ocorreu devido à redução do impulso fiscal e ao impacto da política monetária restritiva, que manteve os juros elevados ao longo do ano.
Perspectivas para 2025
O resultado do PIB de 2024 mostra um crescimento sustentado pelo consumo das famílias e investimentos, mas a desaceleração no fim do ano gera incertezas para 2025. A continuidade da recuperação dependerá de fatores como redução dos juros, crescimento do setor externo e estabilidade fiscal.