Nova estratégia dos EUA amplia foco militar na América Latina e reduz presença global

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

O governo dos Estados Unidos divulgou nesta sexta-feira (5) uma nova Estratégia de Segurança Nacional que redefine prioridades externas. O documento mostra que a administração Trump pretende concentrar mais recursos militares na América Latina e, ao mesmo tempo, reduzir o envolvimento direto em regiões consideradas menos estratégicas. Essa reorientação surge no momento em que o Caribe vive forte mobilização militar americana e tensões crescentes com a Venezuela.

A estratégia também formaliza o combate a cartéis de drogas, mencionado pela Casa Branca desde agosto. Dessa forma, a região passa a ocupar um papel central na política externa dos EUA durante o atual governo.

Reorientação militar e reforço da Doutrina Monroe

O documento estabelece três frentes para a atuação militar no Hemisfério Ocidental. A primeira envolve ampliar o uso da Guarda Costeira e da Marinha para controlar rotas marítimas, coibir migração irregular e reduzir o tráfico de pessoas e drogas. Em outra frente, o governo afirma que ações diretas poderão ser adotadas contra cartéis, incluindo o uso de força letal quando necessário. Além disso, Washington pretende ampliar seu acesso a áreas consideradas estratégicas na região.

A estratégia também cita a retomada da Doutrina Monroe como princípio orientador. O objetivo é impedir que países de fora do Hemisfério estabeleçam presença militar que represente risco. Nesse ponto, o texto destaca a China como principal competidora, mas afirma que muitos vínculos econômicos do continente não dependem de alinhamento ideológico.

Paralelamente, os EUA querem reforçar parcerias já existentes e buscar novos aliados. A intenção é ampliar sua presença em temas de segurança e comércio, fortalecendo o papel americano no continente.

Taiwan, Europa e imigração entram no centro das preocupações

O novo plano não se limita à América Latina. Taiwan aparece como área de atenção prioritária, devido ao peso estratégico da indústria de chips. Para o governo Trump, a região exige uma postura firme e maior colaboração de Japão e Coreia do Sul. Nos dois casos, Washington espera que aliados assumam mais responsabilidades militares.

A Europa também recebe destaque, mas com críticas diretas. O documento afirma que o bloco dificultou o avanço de negociações sobre a guerra na Ucrânia. Mesmo assim, os EUA dizem querer “promover a grandeza europeia”, desde que expectativas sobre o conflito sejam consideradas realistas.

Questões migratórias ganham espaço relevante. O texto defende que o controle de fronteiras se torne o eixo central da segurança americana. Além disso, critica políticas da União Europeia nos últimos anos e promete apoiar governos que adotem postura mais rígida em relação ao tema.

Com essa estratégia, os EUA buscam remodelar seu papel internacional. A mudança indica que o país pretende concentrar esforços em regiões consideradas mais sensíveis para seus interesses, deixando a América Latina no centro de sua política externa durante o atual governo.