Mounjaro some das prateleiras após liberação para tratar obesidade; fabricante admite escassez no Brasil

Desde que a Anvisa aprovou, nesta segunda-feira, 9, o uso do Mounjaro (tirzepatida) para o tratamento de obesidade e sobrepeso, o medicamento desapareceu das prateleiras em várias redes de farmácia no país. Fabricado pela farmacêutica Eli Lilly, o produto já era indicado para diabetes tipo 2, mas a nova liberação provocou um salto inesperado na demanda.

Em nota, a empresa afirmou que o lançamento no Brasil gerou uma procura “sem precedentes”, resultando em escassez das versões de 2,5 mg e 5 mg. O remédio está em falta em redes como Drogasil e Droga Raia, e disponível de forma limitada em farmácias como Drogarias São Paulo e Pacheco.

A Eli Lilly reconheceu o impacto da ausência do medicamento, especialmente entre pacientes que já utilizavam a tirzepatida para controlar o diabetes tipo 2. Segundo a farmacêutica, já foram providenciadas novas remessas para o Brasil, com previsão de chegadas mensais a partir das próximas semanas. Apesar disso, a empresa admite que o reabastecimento total pode levar algum tempo, e que a instabilidade no fornecimento ainda deve continuar por um período.

A nota também destaca que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária já foi comunicada sobre o problema e garante que a escassez não tem relação com a qualidade do produto. A recomendação é que os pacientes entrem em contato com diferentes redes para verificar a disponibilidade, lembrando que o medicamento só pode ser adquirido com receita médica.

O Mounjaro atua em dois receptores hormonais — GLP-1 e GIP — que influenciam o metabolismo, especialmente no controle da glicemia e do apetite. Desde que passou a ser associado ao emagrecimento, seu uso disparou globalmente, provocando fenômenos semelhantes de falta em outros países.