Eleições de 2024 enfrentam avanço de caixa 2, compra de votos e influência de facções criminosas, dizem partidos

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

Dirigentes de partidos políticos de esquerda à direita têm relatado um aumento expressivo de caixa 2, compra de votos e tentativas de infiltração do crime organizado nas eleições municipais de 2024. Essas práticas ilegais, mencionadas em discursos no Congresso e em registros da Polícia Federal e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), estão ligadas às vultosas verbas públicas envolvidas nas campanhas, que totalizam R$ 6,2 bilhões, e nas emendas parlamentares, que somam mais de R$ 50 bilhões.

O deputado federal José Nelto (União Brasil-GO) denunciou no plenário o que descreveu como a maior onda de compra de votos da história do país. Deputados como Adriana Ventura (Novo-SP) também expressaram indignação com o uso indevido de dinheiro público nas eleições, enquanto Jilmar Tatto (PT-SP) relatou casos de distribuição de dinheiro vivo em cidades do interior.

Apreensões e infiltração do crime organizado nas eleições de 2024

De acordo com a Polícia Federal, em 2024 foram apreendidos R$ 50,4 milhões relacionados a crimes eleitorais, um aumento em relação a eleições anteriores. Além disso, áudios indicam o uso de caixa 2 por empresários em troca de futuros contratos públicos em cidades como Camboriú e Balneário Camboriú, em Santa Catarina.

A infiltração de facções criminosas na política é outra preocupação crescente. O senador Davi Alcolumbre (AP) destacou o envolvimento direto de grupos criminosos em candidaturas de vereadores e prefeitos, afirmando que facções atuam tanto nos rincões quanto nos grandes centros urbanos do Brasil. A presidente do TSE, Cármen Lúcia, também manifestou preocupação, considerando a situação “bastante grave” e alertando sobre o risco de o crime organizado influenciar até mesmo nas instâncias nacionais.

Políticos de diferentes espectros defendem a volta do financiamento empresarial de campanhas, proibido pelo STF em 2015, como uma solução para controlar o caixa 2. Contudo, essa proposta enfrenta resistência, devido ao risco de aumentar a corrupção e as relações espúrias entre políticos e empresários.