Economia cresce, mas percepção popular segue negativa com alta de preços

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 3,4% em 2024, e o desemprego atingiu sua menor taxa desde 2012. No entanto, a sensação nas ruas é de que o custo de vida segue elevado, afetando a opinião pública sobre a economia.

A inflação oficial, medida pelo IPCA, fechou o ano em 4,83%, pouco acima dos 4,62% de 2023. Apesar disso, a alta dos alimentos foi bem mais intensa, com preços subindo 8,23% no ano, impactando diretamente o orçamento das famílias.

Alta dos preços e perda de poder de compra

Nos últimos cinco anos, os preços dos alimentos aumentaram 55%, enquanto o IPCA geral subiu 33%. Como os salários são corrigidos pela inflação média, o poder de compra da população encolheu.

Estudo da Tendências Consultoria revelou que a renda disponível para as famílias após o pagamento de despesas básicas caiu de 42,4% para 41,9% entre 2023 e 2024. Para as classes D e E, esse valor foi ainda menor, com quase 80% da renda comprometida com itens essenciais.

Impacto na popularidade do governo

Com o custo de vida pressionado, a insatisfação popular tem se refletido na aprovação do governo. Pesquisa Datafolha mostra que a popularidade do presidente Lula caiu para 24%, o pior índice de seus três mandatos.

Especialistas apontam que a principal preocupação do governo deveria ser o controle da inflação, especialmente dos alimentos, que mais impactam as famílias de baixa renda.

Fatores que pressionam a inflação

A alta dos preços nos últimos anos tem sido resultado de uma combinação de fatores:

  • Pandemia da Covid-19: impactou a produção e logística de alimentos.
  • Fenômenos climáticos: eventos extremos prejudicaram safras e reduziram a oferta de produtos agrícolas.
  • Alta nos combustíveis: encareceu o transporte de mercadorias.
  • Demanda elevada: recuperação econômica aumentou o consumo, pressionando os preços.

Apesar do crescimento econômico, a percepção negativa da população evidencia que o desafio do governo não está apenas nos números do PIB, mas no dia a dia das famílias brasileiras.