O dólar encerrou esta segunda-feira, 11, em alta de 0,56%, cotado a R$ 5,7695, refletindo a ansiedade do mercado por um pacote de corte de gastos que equilibre as contas do governo. Desde o fim das eleições municipais, investidores aguardam um plano que permita o cumprimento do arcabouço fiscal. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, oscilou, caindo 0,03%, aos 127.793 pontos.
Mesmo com a sinalização do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que as medidas estavam próximas, o anúncio segue pendente. A demora aumenta a desconfiança dos investidores, que buscam proteção no dólar frente à incerteza sobre a contenção dos gastos públicos. Especialistas indicam que o atraso pode pressionar ainda mais o real.
O Banco Central também divulgou, nesta manhã, dados econômicos que reforçam o cenário de cautela. Em setembro, o setor público registrou déficit primário de R$ 7,34 bilhões, enquanto a dívida pública recuou para 78,3% do PIB. O Boletim Focus atualizou a previsão de inflação para 2024, estimando 4,62%, acima do teto da meta.
Mercado segue apreensivo com atraso do plano econômico e aumento do Dólar
Além do impacto nos mercados, o atraso na apresentação das medidas econômicas do governo eleva as expectativas de novas altas na taxa Selic, que subiu para 11,25% ao ano na última reunião do Copom. O aumento nos juros é uma resposta ao avanço da inflação, que voltou a pressionar o consumo com a alta dos preços de energia e alimentos.
Para muitos especialistas, o real só deve se fortalecer após a confirmação de um pacote fiscal consistente, que estabilize a dívida pública e garanta o cumprimento do arcabouço fiscal.