O deputado Jang Kyung-tae, do Partido Democrático, destacou a tensão política crescente na Coreia do Sul, que pode resultar em graves consequências para o país. Segundo Jang, a votação do impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, prevista para este sábado, 7 de dezembro, é crucial para a estabilidade do governo e do país. O deputado afirmou que, caso o impeachment não seja aprovado, “a Coreia vai explodir”, refletindo o nível de polarização e indignação popular.
O Partido Democrático, que atualmente controla o Congresso, precisa de pelo menos oito votos de deputados do governista Partido do Poder do Povo para alcançar a aprovação do impeachment. Até o momento, Jang calcula que sete deputados do partido do governo se comprometeram a apoiar a medida. Para o deputado, a pressão popular, alimentada por uma série de medidas controversas tomadas pelo presidente, como o recente decreto de lei marcial, será decisiva na votação.
Conflitos internos e pressão popular
A situação política sul-coreana vive um momento de extrema polarização, com um cerco militar à Assembleia Nacional sendo uma das cenas mais dramáticas dessa crise. Jang, que presenciou os momentos de tensão na noite em que foi decretada a lei marcial, ressaltou a importância da mobilização popular, especialmente nas manifestações que ocorreram após o anúncio do decreto. Ele reconhece que a ação dos manifestantes foi fundamental para controlar a situação e impedir que os militares invadissem o plenário da Assembleia.
O deputado também mencionou a influência crescente dos Estados Unidos sobre a política interna da Coreia do Sul. Após críticas ao governo sul-coreano em relação à lei marcial, Jang acredita que a postura americana terá impacto nas decisões dos parlamentares, principalmente os do partido governista. Segundo ele, a aprovação do impeachment pode ser uma forma de evitar que o país se afaste ainda mais de seus aliados tradicionais e entre em uma espiral de conflitos internos.
A crise econômica e os desafios diplomáticos
Jang também criticou a diplomacia do governo de Yoon, apontando que o alinhamento excessivo com os Estados Unidos e o distanciamento da China e da Rússia afetaram negativamente a economia sul-coreana. Para ele, a Coreia do Sul perdeu importantes mercados internacionais, especialmente na Ásia, e ficou vulnerável ao congelamento das relações com países-chave. No caso de uma vitória eleitoral de seu partido, Jang prometeu focar em uma diplomacia mais equilibrada, buscando reaproximar a Coreia do Sul de nações como China, Rússia e países do Sudeste Asiático, além de fortalecer relações com a América Latina.
A votação sobre o impeachment será um ponto de inflexão para a política sul-coreana, com Jang enfatizando que, caso o impeachment não seja aprovado, a frustração popular pode levar a uma escalada de violência e instabilidade no país. A crise política e econômica atual coloca a Coreia do Sul em uma encruzilhada decisiva.