O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) foi alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal nesta sexta-feira, 25, investigado por desvio de recursos da cota parlamentar da Câmara dos Deputados. A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, incluiu mandados de busca em endereços do deputado em Goiânia e Brasília, além das residências de assessores ligados a ele. Em uma das buscas, foram encontrados R$ 72 mil em espécie na casa de um assessor.
Em resposta à operação, Gayer publicou um vídeo nas redes sociais, criticando o STF e afirmando que “não se envergonha” de ser alvo das buscas, mas criticando a postura de senadores que, segundo ele, “não lutam contra essa ditadura.”
Gustavo Gayer sob esquema investigado e provas encontradas
A investigação da PF visa desarticular uma suposta associação criminosa que estaria desviando recursos da cota parlamentar por meio de falsificação de documentos e da criação de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) com o objetivo de receber verbas públicas. A PF encontrou indícios de que o grupo tentou adquirir uma associação antiga para registrá-la como Oscip, forjando documentos retroativos. Essa organização, segundo a PF, teria sido utilizada para desviar recursos provenientes de verba parlamentar.
Além disso, a PF encontrou provas de que verbas públicas foram usadas para custear o aluguel de um imóvel onde funcionaria uma escola de inglês e uma loja da família do deputado. Em mensagens interceptadas, assessores de Gayer demonstraram preocupação com o uso irregular dos recursos, mencionando que “a escola está sendo paga com recurso público para um fim que não existe.”
Operação e repercussão
Cerca de 60 policiais federais cumpriram 18 mandados de busca em diversas cidades, incluindo Brasília, Goiânia e outras localidades em Goiás. Os crimes sob investigação incluem associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documentos e peculato. A operação, chamada “Discalculia” em referência à tentativa de falsificação retroativa nos documentos da Oscip, teve como motivação, segundo a PF, o aprofundamento das investigações em torno do deputado e de seus assessores.
Em seu vídeo, Gayer sugeriu que a operação ocorreu próximo às eleições para prejudicar o candidato bolsonarista Fred Rodrigues, aliado político que disputa o segundo turno em Goiânia. O deputado também acusou Moraes de transformar a PF em “jagunços de um ditador” e afirmou que ser alvo da operação é, de certa forma, “um carimbo de honestidade.”
A investigação, ainda em curso, continua monitorando evidências de desvio de verbas e possíveis crimes relacionados ao uso irregular da cota parlamentar e à tentativa de regularizar uma Oscip para desviar fundos públicos.