Uma nova pesquisa Datafolha revelou como parte do eleitorado enxerga a liderança política no Brasil. Lula aparece como principal nome da esquerda para 56% dos entrevistados. Bolsonaro, por sua vez, foi citado como maior representante da direita por 35%. Os resultados evidenciam um cenário assimétrico: enquanto a esquerda demonstra mais coesão em torno do presidente, a direita surge fragmentada e com taxas significativas de desconhecimento.
Fragmentação na direita e concentração de liderança na esquerda
O levantamento ouviu 2.002 pessoas em 113 municípios, entre 2 e 4 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais. Segundo o instituto, 36% dos entrevistados afirmaram não saber quem lidera a direita, um índice que se repete há vários períodos eleitorais. A dúvida também aparece na esquerda, mas em menor intensidade: 30% disseram não conseguir apontar um líder.
Entre os políticos de direita citados, Bolsonaro mantém vantagem numérica, mas enfrenta concorrência dispersa. Tarcísio de Freitas aparece com 5%. Michelle Bolsonaro tem 2%. Ronaldo Caiado, 1%. Outros nomes testados não pontuaram. Flávio Bolsonaro marcou 1% antes mesmo do anúncio de sua pré-candidatura. Assim, a pesquisa mostra um campo político sem figura única que concentre apoio majoritário.
A mesma pergunta aplicada aos eleitores que se identificam como bolsonaristas produziu outro retrato. Nesse grupo, 52% apontam Bolsonaro como a principal liderança da direita. Além disso, 60% o consideram o maior nome da esquerda, resposta que reflete percepções ideológicas e não alinhamento partidário. Já entre os que se dizem petistas, apenas 20% indicaram Bolsonaro como líder da direita, enquanto 51% apontaram Lula como referência de seu próprio campo.
Na esquerda, o cenário é menos pulverizado. Lula lidera de forma isolada. Em segundo lugar aparece Bolsonaro, citado por 5% dos entrevistados. Alexandre de Moraes vem na sequência, com 2%, e Fernando Haddad, com 1%. Entretanto, apenas 2% afirmaram que não existe um líder no campo progressista, o que reforça o grau de concentração em torno do presidente.
Os indicadores mostram, portanto, três movimentos distintos: falta de consenso entre eleitores alinhados à direita; forte personalização da esquerda em torno de Lula; e presença expressiva de entrevistados sem opinião definida, o que sugere distância ou desinteresse por lideranças políticas tradicionais.
