Corpo de Tainara é sepultado sob aplausos em São Paulo e familiares pedem justiça

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

O corpo de Tainara Souza Santos foi sepultado nesta sexta-feira, em São Paulo, sob aplausos de familiares e amigos. A cerimônia ocorreu no Cemitério São Pedro, na Zona Leste da capital. Tainara tinha 31 anos e morreu na véspera de Natal, após passar quase 25 dias internada em decorrência de um atropelamento seguido de arrastamento na Marginal Tietê.

Desde as primeiras horas do velório, o clima foi de comoção. Pessoas próximas à vítima levaram camisetas, cartazes e faixas com pedidos de justiça. Além disso, mensagens de apoio a outras mulheres vítimas de violência também marcaram a despedida. O sepultamento ocorreu por volta das 12h30.

Em meio à dor, amigas de Tainara fizeram apelos por mudanças na legislação e por mais proteção às mulheres. Algumas falas foram dirigidas diretamente às famílias, com pedidos para que filhos homens sejam educados de forma a combater a violência de gênero. Coroas de flores e homenagens reforçaram o tom de indignação e luto.

Tainara deixa dois filhos, um menino de 12 anos e uma menina de 7. Ela estava internada desde o fim de novembro, inicialmente em um hospital municipal e, depois, no Hospital das Clínicas. Ao longo da internação, passou por cerca de cinco cirurgias de alta complexidade, mas não resistiu às complicações do quadro clínico.

Velório reúne homenagens e reforça cobrança por responsabilização

A mãe da jovem, Lúcia Aparecida da Silva, afirmou que o sofrimento da filha chegou ao fim, mas que a luta por justiça continua. Segundo ela, a família espera que o caso não seja esquecido e que a responsabilização ocorra de forma exemplar.

O autor do crime, Douglas Alves da Silva, de 26 anos, está preso desde o fim de novembro. Inicialmente, o caso era tratado como tentativa de feminicídio. No entanto, após a morte da vítima, a tipificação foi alterada para feminicídio consumado. Ele permanece no sistema prisional de São Paulo.

De acordo com a investigação, o crime ocorreu na madrugada do dia 29 de novembro. Tainara havia saído de um bar na Zona Norte quando foi atropelada e arrastada por mais de um quilômetro. Câmeras de segurança registraram a ação, que chocou moradores da região.

Amigas descrevem Tainara como uma mulher alegre, batalhadora e muito querida. Trabalhava de forma autônoma e mantinha vínculos próximos com a família e com a comunidade. Para pessoas próximas, o caso expõe, mais uma vez, a gravidade da violência contra mulheres no país.

Com a conclusão do sepultamento, familiares reforçaram que seguirão acompanhando o processo judicial. Para eles, a memória de Tainara precisa se transformar em alerta permanente contra o feminicídio.