O Brasil lançou nesta quinta-feira, 14, a primeira Cúpula Social do G20, uma iniciativa inédita voltada para a inclusão das vozes da sociedade civil no contexto das discussões globais. O evento ocorre na zona portuária revitalizada do Rio de Janeiro e reúne mais de 40 mil participantes de países do G20. A agenda da cúpula é marcada por debates sobre desenvolvimento sustentável, combate à pobreza, promoção de energia limpa e redução das desigualdades.
Durante a cerimônia de abertura, o chanceler Mauro Vieira destacou a importância do envolvimento social: “Não poderia haver discussões ou medidas eficazes sobre esses temas sem acolher as contribuições da sociedade”. Também presente, a primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, reforçou que este evento diferencia a presidência brasileira das cúpulas anteriores: “Podemos fazer com que, a partir daqui, as vozes sejam ouvidas e suas recomendações efetivamente aceitas”.
Propostas sociais e desafios das comunidades brasileiras
As propostas desenvolvidas durante a Cúpula Social serão consolidadas em um documento final, que será apresentado na reunião de líderes do G20, marcada para segunda e terça-feira (18 e 19). Paralelamente, representantes de comunidades de baixa renda, como as favelas brasileiras, participaram de discussões no F20, uma iniciativa que apresenta demandas como justiça climática, ampliação do saneamento básico e inclusão digital.
Com mais de 16,4 milhões de brasileiros vivendo em favelas — cerca de 8% da população nacional —, os desafios dessas comunidades foram destaque. Em Rocinha, a maior favela do Brasil, moradores enfrentam problemas como esgoto a céu aberto e falta de oportunidades econômicas. Para Antonio Florencio, residente há 40 anos, a distância entre a realidade das favelas e o impacto direto das decisões do G20 ainda é grande: “O G20 discute uma agenda que deveria ser melhor para o país e para o mundo, mas, para essa comunidade, eu não acredito que vá mudar”.
Atrações culturais e a inclusão da música no G20
Além do foco social, o governo brasileiro organizou um festival de música gratuita na zona portuária do Rio. Entre as atrações estão artistas renomados como Seu Jorge, Daniela Mercury e Zeca Pagodinho, promovendo integração cultural enquanto líderes discutem temas globais.
Ao final, espera-se que este evento pioneiro no G20 estabeleça um modelo que amplifique as vozes da sociedade civil nos debates globais.