Bolsonaro avança na busca por anistia e coloca governo Lula em alerta

O ex-presidente Jair Bolsonaro conseguiu mobilizar um forte apoio dentro da Câmara dos Deputados para aprovar um projeto de anistia para investigados por atos golpistas. O movimento, que já soma 237 parlamentares favoráveis, preocupa o governo Lula, que agora busca articular uma resistência para barrar a proposta.

Para que a lei seja aprovada, são necessários 257 votos entre os 513 deputados. Lideranças bolsonaristas, no entanto, trabalham com uma meta ainda maior: querem garantir 280 votos, prevenindo possíveis traições de última hora.

Bolsonaro na reta final da articulação

A última peça-chave para consolidar a maioria pode ser o partido Republicanos, presidido por Marcos Pereira. Bolsonaro já costurou alianças com lideranças do PSD, PP e União Brasil e, agora, busca fechar acordo com Pereira para garantir ao menos parte da bancada do Republicanos. Caso isso aconteça, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, deve levar o projeto ao plenário nas próximas semanas.

Do outro lado, a base do governo Lula se prepara para resistir à aprovação. O Palácio do Planalto já trabalha nos bastidores para conter o avanço da proposta e impedir que Bolsonaro alcance o apoio necessário.

O que está em jogo com a anistia?

Se aprovado, o projeto pode beneficiar aliados de Bolsonaro que estão sendo investigados ou condenados por envolvimento nos atos de 8 de janeiro. A possível anistia reacende o embate político entre oposição e governo, tornando-se um dos temas mais sensíveis no Congresso.

Caso Bolsonaro consiga os votos necessários e o projeto seja aprovado, o impacto político será imenso. A anistia pode fortalecer a oposição e enfraquecer o discurso do governo sobre a responsabilização dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Além disso, criaria um precedente que poderia afetar futuras investigações e julgamentos relacionados a eventos políticos semelhantes. Lula e sua base precisarão intensificar articulações no Congresso para evitar essa derrota estratégica, que pode não somente reabilitar politicamente aliados do ex-presidente, mas também ampliar a polarização no país. O desfecho dessa disputa pode influenciar diretamente o cenário eleitoral de 2026.

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