Novos dados do Censo Demográfico divulgados pelo IBGE mostram um crescimento significativo no número de pessoas que vivem sozinhas no Brasil. Em 2022, 18,9% das unidades domésticas eram compostas por apenas um morador, somando 13,7 milhões de residências. Esse índice representa um aumento em comparação a 2010, quando apenas 12,2% dos lares eram unipessoais.
Mudanças geracionais e envelhecimento populacional impulsionam lares unipessoais
A expansão desse modelo de residência é atribuída principalmente ao envelhecimento da população e às mudanças nas estruturas familiares, como o adiamento do casamento e a escolha de não ter filhos. Segundo Márcio Minamiguchi, gerente de projeções e estimativas populacionais do IBGE, “tem influência dos idosos, mas também reflete um novo perfil familiar que se desenha com o tempo”.
O aumento dos lares unipessoais é especialmente notável entre os idosos. Em 2022, 28,7% das unidades domésticas chefiadas por pessoas com 60 anos ou mais eram compostas por apenas uma pessoa. Em contraste, entre os jovens de até 17 anos, esse índice foi de apenas 7,6%. Estados com populações mais envelhecidas, como Rio de Janeiro (23,4%) e Rio Grande do Sul (22,3%), apresentam os maiores percentuais de residências unipessoais.
Queda no tamanho médio dos lares reflete transformações sociais
Além do aumento dos lares unipessoais, o Censo registrou uma redução na média de moradores por domicílio, que caiu para 2,8 pessoas em 2022, comparado a 3,3 em 2010 e 3,7 em 2000. Essa mudança é atribuída a fatores como a diminuição da taxa de fecundidade e o envelhecimento da população.
Entre os diferentes modelos familiares, os lares nucleares — que incluem casais com ou sem filhos — ainda predominam, representando 64,1% dos domicílios em 2022. No entanto, os lares unipessoais foram o único tipo de estrutura que aumentou sua participação entre 2010 e 2022, refletindo as novas tendências demográficas e culturais que moldam o perfil dos lares brasileiros.