Imagens aéreas capturaram nesta segunda-feira, 14, cenas preocupantes em seis pátios da Enel, concessionária de energia elétrica responsável pelo abastecimento da Grande São Paulo. Diversos caminhões e carros utilizados para atender ocorrências de falta de luz foram flagrados estacionados, mesmo com mais de 500 mil pessoas ainda sem energia em suas residências e estabelecimentos comerciais.
Em entrevista ao programa Bom Dia SP, o diretor de operações da Enel, Dárcio Dias, explicou que a empresa opera com equipes que atuam por turnos. Ele justificou que a presença dos veículos nos pátios é resultado dessa operação por turnos, onde os funcionários da manhã e da tarde não precisam retornar à base para que o próximo turno inicie os trabalhos. Segundo ele, uma equipe significativa da Enel havia iniciado o turno da manhã para atender às ocorrências.
Terceiro dia de apagão e prejuízos crescentes
São Paulo entrou no terceiro dia de apagão nesta segunda-feira. Segundo a Enel, mais de 537 mil residências e estabelecimentos comerciais ainda estão sem luz. O cenário caótico gerou revolta entre os moradores, que enfrentam transtornos como alimentos estragados, prejuízos no comércio e insegurança nas ruas devido à falta de iluminação pública.
Apesar do aumento das equipes de reparo, a empresa não estabeleceu um prazo definitivo para a normalização do serviço. O número de pessoas afetadas pelo apagão aumenta a pressão sobre a concessionária, que tem enfrentado críticas pela falta de agilidade no atendimento e pela aparente inatividade dos veículos que poderiam estar sendo usados para solucionar o problema.
Governo pressiona por ação imediata
Em resposta à situação, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou em coletiva de imprensa que a Enel tem um prazo de três dias para restabelecer a energia na Grande São Paulo. O governo também anunciou a criação de uma força-tarefa para auxiliar a empresa nas operações de manutenção.
O ministro também destacou que as distribuidoras de energia, como a Enel, serão penalizadas caso não adotem medidas eficazes para minimizar os impactos de eventos climáticos extremos no fornecimento de energia. As recentes chuvas intensas que atingiram a região foram o gatilho para o apagão, mas a lentidão no restabelecimento da eletricidade tem gerado questionamentos sobre a infraestrutura e capacidade de resposta da concessionária.
A situação revela a vulnerabilidade do sistema de energia da maior metrópole do país diante de desastres climáticos, e aumenta a urgência por melhorias no setor para evitar novos apagões e prejuízos à população.