A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a atuação de sites de apostas no Brasil aprovou, nesta terça-feira, 3, a convocação da influenciadora Virginia Fonseca e do ex-BBB Felipe Prior. Ambos devem prestar esclarecimentos sobre sua relação com empresas do setor.
Motivações das convocações
Virginia Fonseca, que possui mais de 90 milhões de seguidores nas redes sociais, foi convocada por sua participação em campanhas de marketing para casas de apostas. Segundo a relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MT), é essencial compreender o impacto ético e social de tais ações, considerando a ampla influência da influenciadora sobre o público.
Já a convocação de Felipe Prior, solicitada pelo senador Izalci Lucas (PL-DF), tem como base denúncias sobre contratos entre o ex-BBB e uma empresa de apostas, nos quais ele teria recebido porcentagens das perdas dos novos apostadores. A CPI busca investigar se tais práticas promovem prejuízos financeiros aos seguidores e se há irregularidades nos contratos.
Outros depoimentos e investigações
A CPI já aprovou convocações de outros influenciadores e artistas, como Gusttavo Lima, Wesley Safadão, Jojo Todynho, Deolane Bezerra, GKay, Felipe Neto e Tirulipa. Além disso, nesta terça-feira, serão ouvidos o presidente da Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj), Hazenclever Cançado, e o CEO da Bet Nacional, João Studart.
Hazenclever foi convidado por sua gestão à frente da Loterj, que autorizou empresas de apostas a operar no Rio de Janeiro antes do aval do Ministério da Fazenda. Já João Studart deve explicar os mecanismos financeiros e de segurança adotados pela Bet Nacional, devido a suspeitas de lavagem de dinheiro envolvendo o setor.
Objetivo da CPI
Instalada em novembro, a CPI tem até abril de 2025 para investigar o impacto dos jogos de apostas online no orçamento das famílias brasileiras e possíveis vínculos dessas empresas com organizações criminosas. Entre os focos, estão práticas de lavagem de dinheiro e o papel de influenciadores na promoção desses serviços.
A investigação também busca entender como a regulamentação do setor pode prevenir abusos e garantir maior transparência nas operações financeiras, especialmente em um mercado que movimenta grandes somas de dinheiro no país.