Como a América Latina enxerga o Brasil antes da cúpula do G20

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

Em novembro, o Brasil será anfitrião da cúpula do G20, recebendo líderes políticos de todo o mundo pela primeira vez. Antes do evento, uma pesquisa do Pew Research Center revela que, apesar das opiniões geralmente favoráveis em relação ao país, a confiança em seu presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, é baixa entre os cidadãos de seis países da América Latina.

Visões sobre o Brasil nas Américas

As atitudes em relação ao Brasil, o país mais populoso da América do Sul e o sétimo do mundo, são predominantemente positivas. Em média, 52% dos adultos nos seis países pesquisados expressam uma opinião favorável sobre o Brasil, enquanto 28% têm uma visão desfavorável. Argentinos e peruanos se destacam como os mais positivos, com cerca de seis em cada dez cidadãos em cada país manifestando uma opinião favorável.

Por outro lado, os adultos nos Estados Unidos são os mais propensos a ter uma visão negativa do Brasil, com 46% expressando uma opinião desfavorável, em contraste com no máximo 33% em outros países da pesquisa. Além disso, os americanos são os que mais têm uma opinião formada.

As mudanças ao longo do tempo nas opiniões sobre o Brasil também podem ser analisadas em países como Chile, Colômbia e Peru. Em Chile e Peru, as visões positivas diminuíram significativamente desde a última pesquisa, em 2015, com a favorabilidade caindo de 78% para 45% entre os chilenos e de 68% para 58% entre os peruanos. Em contraste, as opiniões dos colombianos permaneceram estáveis desde 2014.

Observa-se que os jovens adultos nas nações citadas tendem a ter opiniões mais favoráveis sobre o Brasil. Por exemplo, 68% dos colombianos de 18 a 34 anos veem o Brasil de forma positiva, em comparação com 43% dos adultos acima de 50 anos. Embora isso ocorra na maioria dos países, nos Estados Unidos, essa tendência não é tão evidente.

A confiança em Lula na América Latina

A confiança em Lula para tomar as decisões corretas em relação aos assuntos mundiais é relativamente baixa entre os países latino-americanos pesquisados. Em média, apenas 30% dos entrevistados expressam confiança em seu governo, enquanto 55% não confiam. O Chile apresenta a menor taxa de confiança, com apenas 21% dos entrevistados apoiando Lula.

Comparando com dados de 2007, durante o segundo mandato de Lula, nota-se que a confiança era mais alta em países como Chile e Peru. Naquele ano, 49% dos chilenos confiavam em Lula, número que caiu para 21% atualmente. No Peru, a confiança despencou de 53% para 30% no mesmo período.

Fatores demográficos também influenciam a confiança em Lula. Em países como Colômbia, México e Peru, pessoas com maior nível educacional demonstram mais confiança em Lula do que aquelas com menos educação. Por exemplo, na Colômbia, adultos com maior educação têm 15 pontos percentuais a mais de probabilidade de expressar confiança em Lula em comparação com seus colegas menos educados. Em ambos os países, aqueles que têm renda acima da média nacional também são mais propensos a confiar no presidente brasileiro. Na Argentina, as pessoas da ala ideológica esquerda demonstram mais confiança em Lula do que as da direita.

A cúpula do G20, portanto, não apenas coloca o Brasil em evidência internacional, mas também traz à tona as complexidades das percepções sobre seu governo e liderança no cenário global.

Artigo traduzido de Pew Research