Na temporada 2024/25, os jogadores de Manchester City e Real Madrid podem enfrentar um calendário aterrador, com a possibilidade de até 79 partidas. A inclusão do novo Mundial de Clubes e a reformulação da Champions League aumentaram a carga de trabalho, levando a um desabafo coletivo dos atletas sobre as consequências desse cenário, que acendeu alarmes sobre uma possível greve.
Rodri, estrela do City e destaque da última Eurocopa, expressou sua preocupação, sendo acompanhado por outros atletas, como Alisson, do Liverpool, e Koundé, do Barcelona, que criticaram a falta de diálogo sobre as mudanças no calendário. Kevin De Bruyne também se manifestou contra a FIFA e a UEFA, pedindo mais espaço para descanso e pré-temporada.
A UEFA adicionou uma nova fase de mata-mata na Nations League, intensificando ainda mais a pressão sobre os jogadores, que já enfrentam compromissos de pré-temporada. Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, alertou:
“O calendário é exigente demais. Se não pensarem nas lesões, teremos um problema.”
O impacto das exigências no desempenho e na saúde
Um estudo da FIFPro revelou que 54% dos 1.500 jogadores monitorados na última temporada relataram altas demandas de trabalho, com um terço participando de mais de 55 jogos. Essa sobrecarga resulta em sequências extenuantes, aumentando os riscos de lesões e fadiga.
Julián Álvarez, do Atlético de Madrid, disputou 75 partidas na temporada passada e pode participar de até 83 nesta. Jogadores como Cristian Romero, do Tottenham, percorreram mais de 162 mil km em compromissos profissionais. A pressão sobre os atletas é evidente, com Marquinhos, do PSG, passando 80% do tempo de trabalho em campo.
Maheta Molango, CEO do sindicato de jogadores da Inglaterra, observou que jogadores que tiveram férias adequadas se mostraram mais motivados e energéticos, enquanto aqueles que não descansaram apresentaram sinais claros de fadiga.
Caminhos para a mudança: possibilidade de greve
Com a insatisfação crescente entre os jogadores, as ligas europeias sinalizaram que “ação legal” pode ser a única solução para as decisões “unilaterais” da FIFA. O apoio do sindicato de jogadores da Inglaterra à manifestação dos atletas indica que a possibilidade de greve está na mesa.
Especialistas sugerem que o limite ideal de partidas por temporada deveria ser de 55, um número que parece distante no atual cenário. A urgência de revisar o calendário europeu é evidente, e a saúde dos atletas pode depender de mudanças significativas para evitar uma crise no futebol.