Revisão de gastos públicos será prioridade em 2025, afirma secretário do tesouro nacional

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, anunciou que a revisão de gastos públicos será o foco central da agenda econômica do governo em 2025. Economistas do mercado financeiro têm solicitado desde o início do governo Lula uma abordagem estrutural para conter o crescimento das despesas públicas. No entanto, até o momento, o governo tem priorizado o aumento da arrecadação como estratégia para equilibrar as contas públicas.

Entre as medidas adotadas até agora estão a revisão de cadastros de programas sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), com o objetivo de reduzir fraudes e garantir que apenas os beneficiários elegíveis recebam os auxílios.

Propostas de revisão estrutural para 2025

Rogério Ceron reconheceu que o mercado financeiro tem criticado a ausência de reformas estruturantes nas despesas, mas garantiu que essas medidas estão na pauta do governo.

“Nós já começamos a trabalhar no lado da despesa, focando na qualidade do gasto, e isso será o principal tema da agenda de 2025”, afirmou.

Entre as diretrizes previstas pelo Ministério do Planejamento estão:

  • Integração de Políticas Públicas: Objetivo de evitar desperdícios e ampliar a cobertura dos programas.
  • Modernização das Vinculações: Foco em conter o crescimento das despesas obrigatórias.
  • Revisão de Subsídios da União: Redução ou eliminação de subsídios com atenção à regressividade.

Essas reformas, no entanto, são impopulares e podem enfrentar resistência. A desindexação de benefícios previdenciários ao salário mínimo e a desvinculação de gastos em saúde e educação das receitas são algumas das propostas que podem impactar áreas essenciais e beneficiar cortes orçamentários.

Desafios e impactos das reformas

Uma das principais preocupações é que, sem cortes efetivos de gastos, o espaço para despesas discricionárias — aquelas que o governo pode manejar livremente — diminua significativamente nos próximos anos. Esse cenário já ocorreu durante o governo Bolsonaro, resultando em falta de recursos para áreas como emissão de passaportes, bolsas de estudo do CNPq, e programas como o Farmácia Popular.

A perspectiva de um ajuste estrutural nas despesas surge em meio a um cenário de restrições orçamentárias impostas pelo novo arcabouço fiscal, que limita o crescimento de certas despesas do governo a 2,5% ao ano acima da inflação, exceto para áreas como aposentadorias, saúde, educação e emendas parlamentares, que têm regras próprias.

Com esse cenário, a revisão estrutural de gastos será crucial para garantir a sustentabilidade das finanças públicas no médio e longo prazo, sem comprometer áreas essenciais e políticas públicas fundamentais.