PF prende desembargador do TRF-2 em nova fase da Operação Unha e Carne no Rio

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta terça-feira (16), o desembargador federal Macário Ramos Júdice Neto, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. A ação integra a segunda fase da Operação Unha e Carne, que investiga o vazamento de informações sigilosas da Operação Zargun.

A prisão ocorreu na residência do magistrado, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo a PF, há indícios de que dados confidenciais foram repassados antes da deflagração da operação. Isso teria comprometido o cumprimento dos mandados.

Além disso, os investigadores apontam que o vazamento permitiu a antecipação dos alvos. Com isso, provas podem ter sido destruídas e suspeitos, alertados.

Foram cumpridos um mandado de prisão e dez de busca e apreensão. As ordens partiram do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. As diligências ocorreram no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.

Entre os alvos das buscas está o deputado estadual licenciado Rodrigo Bacellar. Ele já havia sido preso na primeira fase da operação. Depois disso, foi solto por decisão do plenário da Assembleia Legislativa do Rio.

Segundo a Polícia Federal, Bacellar teria avisado o então deputado conhecido como TH Joias sobre a ação policial. Assim, o ex-parlamentar teria tentado ocultar provas e evitar a prisão. Apesar disso, acabou detido horas depois.

TH Joias responde por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e corrupção. As investigações indicam ligação com facção criminosa e negociação de armas.

Investigação apura vazamento e possível obstrução da Justiça

De acordo com a decisão do STF, há fortes indícios de obstrução de investigações. Também existem suspeitas de interferência em ações contra o crime organizado.

A defesa do desembargador afirma que a prisão é desproporcional. Segundo os advogados, ainda não houve acesso integral à decisão judicial. Isso, na avaliação deles, compromete a ampla defesa.

O TRF-2 informou que não vai comentar o caso. A justificativa é que a ordem partiu do Supremo Tribunal Federal. Enquanto isso, a Polícia Federal analisa o material apreendido para identificar outros envolvidos.