PF deflagra operação contra hackers que desviaram R$ 800 milhões de bancos e instituições financeiras

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (30) uma megaoperação contra o grupo hacker acusado de desviar mais de 800 milhões de reais de instituições financeiras brasileiras. As investigações apontam que o esquema envolveu ataques cibernéticos a contas bancárias e instituições de pagamento utilizadas para transferências via PIX.

De acordo com os investigadores, os criminosos desviaram cerca de 813 milhões de reais, movimentando os valores por meio de carteiras digitais e conversões em criptoativos para dificultar o rastreamento. As ações ocorrem no Distrito Federal e em seis estados: Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Paraíba e Bahia.

Até o fim da manhã, 19 pessoas haviam sido presas — 12 no Brasil e sete em outros países. A operação contou com o apoio da Interpol e das polícias da Espanha, Argentina e Portugal, que executaram mandados internacionais de prisão e busca.

Ataque de grandes proporções

O ataque cibernético ocorreu em julho e atingiu pelo menos seis instituições financeiras. Apesar do impacto no mercado, o Banco Central informou que o sistema PIX não foi invadido e que os clientes não sofreram prejuízos diretos. Segundo a PF, o grupo tinha especialistas em invasões virtuais e contava com pessoas dedicadas à abertura de contas falsas para movimentar o dinheiro roubado.

As investigações revelaram ainda que os criminosos utilizavam um modelo sofisticado de lavagem de dinheiro. O montante desviado era convertido em criptoativos e depois revertido em bens e recursos no Brasil e no exterior. Por determinação judicial, foram bloqueados 640 milhões de reais em patrimônio dos investigados.

Os acusados devem responder pelos crimes de organização criminosa, invasão de dispositivo informático, lavagem de dinheiro e furto mediante fraude eletrônica.

O papel da empresa atacada

O caso veio à tona após a empresa C&M Software, responsável por interligar bancos ao sistema PIX, comunicar ao Banco Central que havia sofrido um ataque hacker. Os criminosos obtiveram acesso indevido a contas de reserva de instituições financeiras conectadas à companhia.

Essas contas funcionam como uma espécie de “conta corrente” que os bancos mantêm junto ao Banco Central. Elas são utilizadas para garantir a liquidez das operações financeiras, aplicar recursos em títulos públicos e cumprir obrigações como depósitos compulsórios.

A Polícia Federal continua apurando se houve participação de funcionários das instituições atingidas e se o ataque foi articulado com grupos internacionais especializados em cibercrime.

Por conseguinte, as autoridades destacam que o caso representa um dos maiores golpes virtuais já registrados no país, com impactos relevantes sobre a segurança digital do sistema financeiro.