Os Correios estão negociando com bancos um empréstimo de R$ 20 bilhões. O objetivo é enfrentar a falta de caixa e reestruturar as finanças da estatal. A medida faz parte de um plano emergencial para recuperar a liquidez e garantir o funcionamento da empresa, que acumula 12 trimestres seguidos de prejuízos.
O anúncio foi feito pelo presidente Emmanoel Schmidt Rondon, que está no cargo há menos de um mês. Segundo ele, o crédito ainda está em fase de negociação, mas é considerado essencial para estabilizar as contas e manter os serviços. “Precisamos recuperar a capacidade de pagamento e assegurar que os Correios voltem a operar com regularidade”, afirmou.
Prejuízo crescente e atrasos de pagamentos
No primeiro semestre de 2025, a estatal registrou prejuízo de R$ 4,3 bilhões. Em 2024, o valor havia sido de R$ 1,3 bilhão. Devido à escassez de recursos, houve atrasos em repasses para fornecedores, planos de saúde e previdência dos empregados. Além disso, algumas transportadoras reduziram o ritmo de trabalho, o que afetou a entrega de encomendas.
De acordo com Rondon, a crise foi agravada porque os Correios “não se adaptaram à nova realidade do mercado”. Ele destacou que é necessário modernizar o modelo de operação para competir com empresas privadas de logística e comércio eletrônico.
Plano de recuperação e corte de gastos
O novo plano financeiro está dividido em três frentes: redução de despesas, diversificação de receitas e reforço de caixa. Entre as medidas, estão a reabertura de um Plano de Demissão Voluntária (PDV), a venda de imóveis ociosos e a renegociação de contratos com fornecedores.
Além disso, a estatal pretende lançar novos produtos e criar um marketplace próprio até o fim do ano. A intenção é recuperar espaço no mercado digital e ampliar as fontes de receita. O plano também prevê a captação de R$ 3,8 bilhões com o New Development Bank (NDB) para financiar investimentos internos.
Conforme a direção, o empréstimo de R$ 20 bilhões deve aliviar o caixa entre 2025 e 2026. A meta é transformar medidas emergenciais em soluções permanentes e preparar os Correios para um novo ciclo de estabilidade.