A suspensão de operações no Aeroporto Santos Dumont nesta terça-feira, 30, gerou filas, cancelamentos e protestos de passageiros. Até o fim da tarde, 162 voos haviam sido cancelados e 14 desviados para o Galeão.
Passageiros relatam desorganização
Equipes do Procon Carioca estiveram no terminal e notificaram a Infraero e as companhias Gol, Latam e Azul. O órgão recebeu dezenas de queixas sobre falta de informações e de assistência. Segundo os fiscais, muitos passageiros esperaram mais de cinco horas em filas sem alimentação adequada ou suporte para hospedagem.
As principais reclamações envolvem ausência de comunicação sobre o fechamento da pista e dificuldade em remarcar voos. Passageiros também relataram perda de conexões e compromissos cancelados.
Camila de Oliveira, que viajava com a mãe, contou que recebeu apenas água e um lanche após horas de espera. Ela destacou que o atendimento foi precário e que pretende acionar a Justiça para buscar reparação.
Direitos dos passageiros
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que acompanha o caso. Pela regra, as companhias precisam atualizar a situação dos voos a cada 30 minutos e oferecer suporte conforme o tempo de espera.
A partir de uma hora, o passageiro tem direito à comunicação. Depois de duas horas, deve receber alimentação. Em atrasos superiores a quatro horas, cabe hospedagem, transporte e ainda a escolha entre reacomodação, reembolso integral ou outro meio de transporte.
Segundo a Anac, pessoas com deficiência e acompanhantes têm direito à hospedagem mesmo sem necessidade de pernoite.
O que causou o problema
De acordo com a Infraero, a falha ocorreu na noite de segunda-feira, 29. Um veículo de serviço espalhou óleo na pista durante inspeção. O risco de derrapagens obrigou a suspensão de pousos e decolagens.
A retomada dos voos depende da completa limpeza da pista para atender aos padrões de segurança. Enquanto isso, aeroportos como Congonhas, Viracopos, Confins e Brasília registraram reflexos da paralisação.