O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro condenou Claudia Mayara Alves Soliva a 20 anos e 10 dias de prisão em regime fechado. Ela foi responsabilizada pelo latrocínio do economista colombiano Manuel Felipe Martínez Mantilla, vítima de um golpe conhecido como “Boa noite, Cinderela”, em outubro do ano passado.
A sentença, proferida pela juíza Camila Rocha Guerin, destacou que as provas reunidas são “robustas e cristalinas” quanto à participação da acusada. Claudia já estava presa preventivamente desde março e, segundo a Polícia Civil, comandava a maior quadrilha especializada nesse tipo de crime no Rio de Janeiro.
O caso que chocou Brasil e Colômbia
Manuel, de 33 anos, estava no Brasil de férias. Depois de passar pela Pedra do Sal e por um bar no Complexo da Maré, ele foi dopado com uma mistura de clonazepam, MDMA e ecstasy. O laudo apontou que a combinação das drogas causou edema pulmonar.
Um motorista de aplicativo desconfiou do estado da vítima e o levou ao Hospital Federal de Bonsucesso, mas Manuel não resistiu. Enquanto estava sob efeito das substâncias e até após a morte, integrantes da quadrilha fizeram compras com o cartão de crédito dele.
Perfil da vítima
O colombiano tinha trajetória acadêmica e profissional de destaque. Era assessor de macroeconomia do Ministério da Fazenda colombiano, mestre em Desenvolvimento Econômico pela Unicamp e professor na Universidade Nacional da Colômbia. No Brasil, aproveitava a estadia para concluir a tese de doutorado.
A morte teve grande repercussão internacional, especialmente entre acadêmicos e autoridades econômicas.