O governo Donald Trump ordenou o envio de dez caças F-35 para a base aérea de Porto Rico, informou a agência Reuters. As aeronaves vão apoiar operações contra cartéis de drogas no Caribe, mas também ampliam a pressão militar sobre a Venezuela.
Atualmente, os Estados Unidos já mantêm sete navios de guerra, um submarino nuclear de ataque rápido e aviões de vigilância próximos à costa venezuelana. A justificativa oficial é o combate ao narcotráfico. Mesmo assim, analistas afirmam que o aparato sugere planos mais ambiciosos.
Escalada de incidentes
Na quinta-feira, 4, dois caças venezuelanos sobrevoaram o destróier americano USS Jason Dunham. O Pentágono classificou a ação como “altamente provocativa” e alertou que não aceitará interferência em suas operações. Poucos dias antes, militares dos EUA bombardearam um barco acusado de transportar drogas, matando 11 tripulantes.
Em nota, Trump disse que a embarcação estava ligada à gangue Tren de Aragua, classificada por Washington como terrorista. O presidente americano também acusou Nicolás Maduro de chefiar o Cartel de los Soles, grupo formado por militares e políticos que, segundo especialistas, lucram com o tráfico de drogas.
Preparação para confronto
A chegada dos F-35 reforça as suspeitas de que os EUA cogitam uma intervenção militar. Para o cientista político Carlos Gustavo Poggio, o tipo de equipamento enviado não se justifica apenas pelo combate a cartéis. Já o pesquisador Maurício Santoro compara a mobilização no Caribe ao deslocamento de tropas para o Oriente Médio antes de ofensivas contra o Irã.
Maduro reagiu dizendo que a Venezuela está pronta para uma “luta armada” caso seja atacada. Segundo ele, a presença americana representa “a maior ameaça à América Latina no último século”.
A Casa Branca evita detalhar os próximos passos. A porta-voz Karoline Leavitt afirmou apenas que Trump usará “toda a força” contra Maduro. O site Axios revelou que o presidente pediu um “menu de opções” sobre Caracas, sem descartar invasão futura.
Enquanto isso, o governo venezuelano mobiliza tropas e milicianos para reforçar a defesa do país.