O julgamento de Paulo Cupertino, acusado pelo assassinato do ator Rafael Miguel e seus pais, foi marcado por longos depoimentos e momentos de tensão. Durante mais de duas horas, Cupertino monopolizou o interrogatório, contrariando até mesmo suas advogadas de defesa e fazendo referência a Jair Bolsonaro e Lula, dizendo que, assim como os ex-presidentes, “fala o que sente e pensa”.
Acusado de matar Rafael e os pais do jovem, João e Mirian, a tiros em 2019, por não aceitar o namoro da filha Isabela com o ator, Cupertino negou qualquer envolvimento no crime. Ele alegou que não estava armado no dia, apesar de ter porte legal de armas, e afirmou que as acusações eram “invenções” de sua filha e ex-mulher, Vanessa Tibcherani.
Durante o julgamento, Isabela, que pediu para prestar depoimento sem a presença do pai, contou em detalhes como o relacionamento era marcado por controle, agressões e ameaças. Ela relatou que, no dia do crime, ouviu os tiros e encontrou os corpos de Rafael e dos pais caídos na calçada.
Vanessa também depôs, afirmando que Cupertino assassinou as vítimas “a sangue frio” e descreveu o ex-marido como um homem violento e agressivo.
Mesmo diante das provas, incluindo imagens de câmeras de segurança que mostraram Cupertino fugindo do local, o réu insistiu em sua inocência, acusando a polícia de ser “incompetente” e dizendo que só fugiu porque “teria sido morto”.
O júri condenou Cupertino a 98 anos de prisão em regime fechado por triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas.