Desemprego sobe no Brasil, mas atinge menor índice para o primeiro trimestre em mais de uma década

A taxa de desemprego no Brasil chegou a 7% nos primeiros três meses de 2025, de acordo com levantamento da PNAD Contínua, divulgado nesta quarta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa um crescimento em relação ao fim de 2024, quando o índice era de 6,2%, mas ainda assim marca o menor patamar para um primeiro trimestre desde 2012.

Ao todo, 7,7 milhões de brasileiros estão sem trabalho. Mesmo com o aumento frente ao trimestre anterior, o índice caiu na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o desemprego era de 7,9%. Para especialistas, esse crescimento pontual reflete um movimento sazonal comum no início do ano, quando contratos temporários são encerrados após as festas de fim de ano.

A coordenadora de pesquisas do IBGE, Adriana Beringuy, explicou que esse recuo na ocupação é esperado para o período e não compromete a tendência de recuperação do mercado de trabalho. Ela destacou que o número de empregados com carteira assinada segue estável, o que reforça o cenário de aquecimento.

Outro dado positivo foi o rendimento médio mensal do trabalhador, que atingiu R$ 3.410 — o maior valor já registrado pela série histórica da pesquisa. A renda subiu 1,2% no trimestre e 4% em relação ao mesmo período de 2024.

Mesmo com a alta no desemprego, o Brasil registrou 102,5 milhões de pessoas ocupadas. Em comparação com o ano anterior, houve um crescimento de 2,3% no número de trabalhadores.

A taxa de informalidade, por sua vez, ficou em 38%, número semelhante ao de 2024.

O levantamento também apontou que 67 milhões de brasileiros estão fora da força de trabalho, entre eles aposentados, estudantes, donas de casa e pessoas desalentadas — aquelas que desistiram de procurar emprego por desmotivação ou falta de oportunidades. Esse grupo representa uma parcela significativa da população que, embora não figure nas estatísticas de desemprego, revela um desafio adicional para a economia.

Mesmo com os obstáculos, os dados mostram que o Brasil caminha para manter uma estabilidade no mercado de trabalho, com sinais de avanço na geração de renda e na formalização dos vínculos empregatícios.