Brasil cria 1,69 milhão de empregos formais em 2024, registrando alta de 16,5%

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

O Brasil gerou 1,69 milhão de empregos com carteira assinada em 2024, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Ministério do Trabalho. O número representa uma aceleração no mercado de trabalho, marcando um crescimento de 16,5% em relação a 2023, quando foram criados 1,45 milhão de novos postos formais.

Os dados oficiais revelam que, no ano passado, ocorreram 25,57 milhões de contratações e 23,87 milhões de demissões. Esse avanço no saldo positivo reflete a retomada do crescimento do emprego formal após dois anos de desaceleração.

Embora o saldo anual tenha sido positivo, dezembro de 2024 registrou o fechamento de 535,54 mil vagas formais. Esse fenômeno ocorre tradicionalmente no último mês do ano devido à sazonalidade do comércio e ao encerramento de contratos temporários, especialmente nos setores de educação e saúde.

Ao fim de 2024, o Brasil contava com 47,21 milhões de trabalhadores com carteira assinada, superando os 45,51 milhões registrados ao término de 2023.

Impacto da política monetária e da economia

O desempenho positivo do mercado de trabalho ocorreu em um cenário de crescimento econômico. A previsão dos economistas é que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha crescido 3,5% em 2024, acima dos 3,2% registrados no ano anterior. No entanto, a inflação e a política monetária do Banco Central foram pontos de atenção ao longo do ano.

A Selic foi elevada para 13,25% ao ano, e há projeções de que possa chegar a 15% até junho de 2025, maior patamar desde 2006. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, manifestou preocupação com o impacto dos juros altos no emprego e pediu que o Banco Central reavalie a política monetária para evitar entraves ao crescimento econômico.

A geração de empregos ocorreu em todos os setores da economia. O setor de serviços liderou com 929.002 novas vagas, seguido pelo comércio (336.110), indústria (306.889), construção civil (110.921) e agropecuária (10.808).

Regionalmente, o Sudeste concentrou a maior parte das contratações, com 779.170 novos postos, seguido pelo Nordeste (330.901), Sul (297.955), Centro-Oeste (137.327) e Norte (115.051). Entre os estados, São Paulo liderou a criação de vagas (+459.371), seguido pelo Rio de Janeiro (+145.240) e Minas Gerais (+139.503).

O salário médio real de admissão ficou em R$ 2.162,32 em dezembro, levemente abaixo do registrado em novembro (R$ 2.163,22), mas superior ao valor de dezembro de 2023 (R$ 2.128,90).

Os números do Caged não incluem trabalhadores informais, sendo baseados em registros formais das empresas. Já a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE, considera também o trabalho informal. Segundo a Pnad, a taxa de desemprego no Brasil foi de 6,1% no trimestre encerrado em novembro, a menor da série histórica iniciada em 2012.