A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), atualmente licenciada do cargo, foi presa nesta terça-feira, 29, em Roma, na Itália. A prisão ocorreu após colaboração entre a Polícia Federal brasileira e a polícia italiana. Ela estava foragida desde que foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por envolvimento na invasão dos sistemas do CNJ, em 2023.
Zambelli havia deixado o Brasil em maio, passou pelos Estados Unidos e se estabeleceu na Itália. A parlamentar possui cidadania italiana, o que pode interferir no pedido de extradição feito pelo governo brasileiro.
Decisão judicial pode sair ainda esta semana
De acordo com o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, Zambelli foi levada a uma delegacia italiana logo após a prisão. Nos próximos dois dias, a Justiça da Itália decidirá se mantém a parlamentar presa, se concede prisão domiciliar, se a libera ou se autoriza a abertura do processo de extradição. Como ela tem dupla cidadania, os italianos podem optar por não devolvê-la ao Brasil.
Se o processo for autorizado, a extradição seguirá trâmite na Justiça italiana. No entanto, especialistas afirmam que esse tipo de processo pode levar anos para ser concluído. A decisão final caberá ao Ministério da Justiça da Itália.
Zambelli afirmou que deseja ser julgada no país europeu. Ela nega envolvimento no caso e diz que a condenação se baseou no depoimento do hacker Walter Delgatti, a quem acusa de mentir.
Deputado italiano entregou endereço da deputada
A localização de Zambelli foi repassada à polícia pelo deputado italiano Angelo Bonelli. Em uma postagem na rede X, ele afirmou ter informado o endereço da parlamentar às autoridades italianas.
“Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Forneci o endereço à polícia”, escreveu.
O caso segue em destaque na imprensa internacional. Se a Justiça italiana autorizar o retorno da parlamentar ao Brasil, ela deverá cumprir a pena de 10 anos estabelecida pelo STF. Até lá, o desfecho dependerá do ritmo da Justiça europeia.