Violência no México deixa mais de 50 políticos mortos durante campanha eleitoral

As eleições gerais do México, que ocorrem no próximo domingo, serão as maiores da história do país, com cerca de 20.000 cargos em jogo, incluindo a presidência. No entanto, a violência política tem marcado o processo eleitoral, com 56 atores políticos mortos durante as campanhas eleitorais. A maioria das vítimas foi morta a tiros, e 32 deles eram candidatos que concorriam a um cargo político.

Embora o presidente Andrés Manuel López Obrador tenha prometido que essas serão as eleições mais livres, justas e pacíficas da história, a violência política continua a ser uma preocupação. A maioria dos políticos assassinados pertencia ao partido do presidente, o Movimento de Regeneração Nacional (Morena). No entanto, outros partidos também tiveram membros mortos, incluindo o Partido Revolucionário Institucional (PRI), o Partido Ação Nacional (PAN), o Partido da Revolução Democrática (PRD), o Partido Verde Ecologista do México (PVEM), o Movimento Cidadão (MC), o Partido do Encontro Social (PES) e o Partido do Trabalho (PT).

Os estados mais perigosos para concorrer são Guerrero e Chiapas, com 11 vítimas cada. Eles são seguidos por Michoacán, com seis; Guanajuato, com cinco; Estado do México, Jalisco e Veracruz, com três cada; Oaxaca, Puebla, Sinaloa e Zacatecas, com dois cada; e Cidade do México, Colima, Morelos, Tamaulipas e Quintana Roo, com uma vítima cada.

A violência política gerou um clima generalizado de medo nas campanhas, e o governo teve que proteger 560 políticos. Além da candidata presidencial oficial, Claudia Sheinbaum, e seus rivais Xóchitl Gálvez e Jorge Álvarez Máynez, 11 governadores aspirantes têm custódia especial; 185 senadores e deputados; 354 deputados locais e presidentes municipais; e sete funcionários eleitorais.

A alta violência está prejudicando a qualidade da democracia e do governo do país, alertou o Colégio do México. A redução da participação dos cidadãos nos processos eleitorais fortalece os laços entre o crime organizado e o aparato estatal, de acordo com a organização Data Civic. A escalada da violência inclui ameaças, ataques, sequestros e desaparecimentos, e os assassinatos são o último passo.

A menos de uma semana das eleições, a violência política continua a aumentar. Vários candidatos foram atacados a tiros, incluindo Pedro Salazar, candidato a prefeito em Jiménez (Tamaulipas) pelo Movimento Cidadão; Gilberto Tito Palomar González, candidato do Morena à presidência municipal de Encarnación de Díaz (Jalisco); e Eduardo Díaz López, candidato do PVEM em Chalco (Estado do México). Além disso, Ricardo Arizmendi Reynoso, candidato alternativo do PAN, PRI e PRD à presidência municipal de Cuautla (Morelos); e Gerardo Gallegos, coordenador da equipe de campanha de Silvestre Mata Ruiz, candidato à reeleição na prefeitura de Padilla (Tamaulipas), foram mortos a tiros.

Com quatro dias restantes antes das eleições, a violência política continua a ser uma preocupação para o México.