Pela primeira vez, os venezuelanos superaram os portugueses e tornaram-se o maior grupo de estrangeiros vivendo no Brasil, segundo o Censo 2022 do IBGE. Em 12 anos, o número de venezuelanos saltou de 2.869 para 271.514, um crescimento impressionante de quase 9.400%. Por outro lado, a comunidade portuguesa diminuiu 24%, passando de 137.972 para 104.345 pessoas no mesmo período.
Essa mudança reflete uma transformação profunda no perfil migratório brasileiro. A América Latina, principalmente, concentra agora 72% dos imigrantes que chegaram entre 2017 e 2022, comparado a 27% na década anterior. Assim, o total de estrangeiros no país cresceu 70%, atingindo mais de 1 milhão de pessoas — o maior número desde 1980.
O estado de Roraima destaca-se como o que possui a maior proporção de estrangeiros, com 12,84% da população, consequência direta da intensa chegada de venezuelanos pela fronteira norte.
Em contraste, o Rio de Janeiro foi o único estado que viu a redução no número de imigrantes, caindo de quase 97 mil para 80 mil moradores estrangeiros.
Enquanto isso, São Paulo segue como principal destino, abrigando 359 mil imigrantes, equivalente a 0,8% de sua população. Além dos venezuelanos, bolivianos, haitianos, paraguaios, argentinos e colombianos ampliam a diversidade cultural no país. Por sua vez, os imigrantes europeus diminuíram em número.
Portanto, o Brasil vive um novo momento em sua história migratória, marcado por maior diversidade e desafios, mas também por oportunidades de crescimento social e econômico.