Venezuela realiza exercícios militares no Caribe em meio a tensões com os EUA

Photo of author

By LatAm Reports Redatores da Equipe

A Venezuela iniciou nesta quarta-feira, 17, uma série de exercícios militares na ilha de La Orchila, no Caribe. O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, em discurso transmitido pela TV estatal. A medida ocorre em meio às tensões crescentes com os Estados Unidos.

Segundo o ministro, o treinamento envolve deslocamento de defesa aérea, uso de drones armados, vigilância submarina e ações de guerra eletrônica. Além disso, foram exibidas imagens de embarcações anfíbias e navios de guerra mobilizados para a ilha, onde funciona uma base da Marinha.

Operação “Caribe Soberano 200”

O exercício recebeu o nome de Caribe Soberano 200 e deve durar três dias. Conforme detalhou o vice-almirante Irwin Raúl Pucci, a operação mobiliza 12 navios militares, 22 aeronaves e 20 embarcações menores da “Milícia especial naval”.

O anúncio foi feito poucas horas após o presidente dos EUA, Donald Trump, confirmar que a frota americana destruiu uma terceira embarcação venezuelana no Caribe. Antes disso, outros dois ataques já haviam ocorrido em setembro, resultando em mortes.

A ilha de La Orchila, de 43 km², localiza-se a 180 km do litoral da Venezuela. Além disso, está próxima da área onde os EUA interceptaram uma embarcação pesqueira no último fim de semana.

Maduro fala em agressão

O presidente Nicolás Maduro reagiu acusando Washington de agressão militar, diplomática e política. Em pronunciamento, afirmou que o país exerce apenas o “direito legítimo à defesa”. Ele também convocou reservistas, milicianos e jovens alistados para treinamentos de tiro em quartéis.

“Eles usam mentiras como desculpa para justificar uma escalada militar e um ataque criminoso contra a Venezuela”, disse Maduro. Além disso, declarou que fuzis, tanques e mísseis foram mobilizados para proteger o território.

O governo enviou 25 mil militares para áreas de fronteira e para o Caribe. Ao mesmo tempo, reforçou a convocação da Milícia Bolivariana, formada por civis. Dados oficiais estimam mais de 200 mil integrantes, mas análises independentes apontam que apenas 30 mil estariam realmente treinados e equipados.

As tensões aumentaram após os EUA anunciarem que usariam “toda a força” contra Caracas em operações de combate ao narcotráfico. Atualmente, oito navios da Marinha americana seguem posicionados em áreas próximas ao território venezuelano.