Uso da internet cresce entre idosos e já alcança 69%, aponta IBGE

O número de idosos conectados à internet no Brasil cresceu de forma expressiva nos últimos cinco anos. De acordo com dados da Pnad Contínua, divulgada nesta quinta-feira, 24, pelo IBGE, o percentual de pessoas com 60 anos ou mais que usaram a internet em 2024 chegou a 69,4%. Em 2019, esse índice era de 44,8%. O avanço representa a inclusão digital de mais 11 milhões de brasileiros dessa faixa etária.

Ao todo, 168 milhões de pessoas com 10 anos ou mais acessaram a internet no Brasil no ano passado, o que corresponde a 89,1% da população nessa faixa etária. O levantamento reforça a importância crescente da tecnologia no cotidiano, principalmente para comunicação e serviços bancários.

Ainda segundo o IBGE, o acesso digital a bancos foi um dos destaques da pesquisa. Em 2022, 60,1% dos usuários utilizavam a internet para acessar instituições financeiras. Já em 2024, esse número saltou para 71,2%. A popularização do Pix foi apontada como uma das razões para esse crescimento.

Conectividade cresce no campo, mas idosos ainda são maioria entre os desconectados

Embora os números indiquem avanços, cerca de 20 milhões de brasileiros ainda não utilizam a internet. Entre eles, os idosos representam a maior parte. Segundo a pesquisa, 66% das pessoas com 60 anos ou mais que não acessam a rede disseram não saber usar a tecnologia.

Mesmo assim, a posse de celulares entre os idosos também aumentou: 78% relataram ter telefone móvel para uso pessoal. Em contrapartida, o uso do telefone fixo despencou. Em 2016, ele estava presente em um terço dos lares brasileiros. Em 2024, restaram apenas 7,5% — cerca de 6 milhões de domicílios.

O levantamento também apontou um crescimento importante nas áreas rurais. Em 2016, apenas 33,9% da população do campo acessava a internet. Agora, esse número chegou a 81%. Já nas cidades, a taxa subiu de 71,4% para 90,2% no mesmo período.

Regiões historicamente menos conectadas também avançaram. O Nordeste chegou a 87,2% de cobertura, e o Norte, a 88,2%. A menor diferença já registrada em relação às demais regiões do país. O Centro-Oeste lidera com 93,1% da população conectada.

Por fim, o estudo mostra que, apesar do avanço tecnológico, certos equipamentos ainda resistem ao tempo. As televisões de tubo, por exemplo, continuam presentes em 6% dos domicílios, cerca de 5 milhões de lares, enquanto as TVs de tela fina já dominam 89% das casas brasileiras.