No último domingo, 30, os uruguaios participaram das primárias para definir os candidatos que disputarão a presidência em outubro. As pesquisas mostram a oposição de esquerda, representada pela Frente Ampla, à frente na preferência dos eleitores, que estão preocupados com a segurança pública e a desigualdade crescente.
Resultados das Primárias
Na Frente Ampla, Yamandú Orsi, ex-governador de Canelones, venceu a prefeita de Montevidéu, Carolina Cosse, com 59,5% contra 37,5%. Orsi é apoiado pelo ex-presidente José “Pepe” Mujica, e sua forte conexão com o interior pode ser um trunfo contra o Partido Nacional, atualmente no poder.
Pelo Partido Nacional, o ex-secretário da Presidência, Alvaro Delgado, conquistou 74,5% dos votos, superando a economista Laura Raffo, que obteve 19,3%. Delgado se posiciona como o candidato da continuidade, prometendo seguir a linha do presidente Luis Lacalle Pou.
Quem vencer as eleições gerais em 27 de outubro, ou possivelmente no segundo turno em 19 de novembro, enfrentará desafios significativos, como a redução das taxas de homicídio e a manutenção do crescimento econômico, previsto em quase 4% este ano. Lacalle Pou, que não pode se reeleger consecutivamente, enfrentou dificuldades para combater o tráfico de drogas e lida com escândalos de espionagem política e corrupção.
Expectativas e Projeções
De acordo com uma pesquisa do instituto Cifra de maio, a Frente Ampla tem 47% de apoio, cerca de 15 pontos à frente do Partido Nacional, com 10% dos eleitores ainda indecisos. Orsi, com o respaldo de Mujica, promete uma “esquerda moderna” focada na redução da pobreza e da miséria, aspectos críticos para um país que lida com questões de segurança e desigualdade.
O cenário político no Uruguai está acirrado, e a experiência de Orsi, aliada ao apoio de figuras importantes da esquerda, pode ser determinante na corrida presidencial.