Trump decide não participar da COP30, e EUA confirmam ausência total na cúpula climática no Brasil

Photo of author

By LatAm Reports Redatores da Equipe

Os Estados Unidos não terão representantes oficiais na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém (PA). A informação foi confirmada por um funcionário da Casa Branca às agências internacionais AFP e Reuters.

De acordo com a equipe de comunicação da Casa Branca, o presidente Donald Trump “já deixou claras as posições de seu governo sobre a ação climática multilateral”. A ausência do republicano na cúpula de líderes, marcada para os dias 6 e 7 de novembro, já era esperada. No entanto, havia expectativa de que o país enviasse pelo menos uma equipe técnica para a segunda fase da conferência, que começa no dia 10 — o que também não vai ocorrer.

Política ambiental em rota de colisão

Trump tem adotado um discurso abertamente contrário à agenda climática internacional. Em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU, o presidente chamou as mudanças climáticas de “a maior farsa do mundo” e criticou as políticas ambientais de outros países.

No mesmo discurso, defendeu o uso contínuo do carvão, uma das fontes mais poluentes, e atacou as energias renováveis, como solar e eólica. As declarações reforçam o afastamento dos Estados Unidos das principais metas ambientais globais.

“O presidente está dialogando diretamente com líderes de todo o mundo sobre questões energéticas, como mostram os acordos comerciais e de paz recentes, com foco em parcerias na área de energia”, afirmou um funcionário da Casa Branca em nota enviada à Reuters.

Repercussão e impacto nas negociações

A ausência dos Estados Unidos foi interpretada de forma ambígua por especialistas. De um lado, o gesto reforça o isolamento da política climática americana. De outro, pode facilitar as negociações entre os países participantes.

Como as decisões da COP são tomadas por consenso, havia preocupação de que a presença da delegação norte-americana pudesse travar debates sobre metas de redução de emissões e financiamento de projetos ambientais.

Analistas apontam que, sem o peso político dos EUA, os países poderão avançar em propostas mais ambiciosas, principalmente nos temas de transição energética, compensação por perdas e danos e financiamento climático.

A ausência também representa uma oportunidade para que o Brasil, anfitrião do evento, se consolide como liderança regional nas discussões sobre sustentabilidade e preservação ambiental.