Três tornados atingiram o Paraná durante as fortes tempestades da noite de sexta-feira (7), segundo o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná). Além do caso confirmado em Rio Bonito do Iguaçu, o órgão identificou dois novos eventos em Turvo e Guarapuava. As análises foram feitas com base em imagens de radar, vídeos, sobrevoos e vistorias em solo.
Cenário de destruição e vítimas
As tempestades deixaram seis mortos e mais de 700 feridos. De acordo com o Simepar, a combinação de calor intenso, alta umidade e ventos em diferentes direções criou condições ideais para a formação dos tornados. Em Rio Bonito do Iguaçu, o fenômeno foi classificado como F3 na escala Fujita, com ventos que chegaram a 330 km/h. Casas foram destruídas, árvores arrancadas e veículos arremessados.
Em Guarapuava, o tornado foi de categoria F2 e atingiu principalmente o distrito de Entre Rios, com ventos próximos de 250 km/h. Já em Turvo, ao sul da cidade, outro tornado F2 causou danos em propriedades rurais e áreas urbanas, com rajadas de cerca de 200 km/h.
Imagens e análises do fenômeno
As equipes do Simepar analisaram as imagens do radar meteorológico de Cascavel e realizaram sobrevoos junto a engenheiros do Corpo de Bombeiros. A investigação confirmou a presença de uma supercélula, uma tempestade com forte rotação interna —, responsável por gerar os três tornados.
Imagens registradas pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), em Laranjeiras do Sul, mostram a supercélula cruzando o horizonte, a poucos quilômetros do epicentro em Rio Bonito do Iguaçu. O tornado se formou dentro dessa estrutura, que é típica de eventos meteorológicos extremos.
Recuperação e monitoramento
A Defesa Civil e os bombeiros seguem em campo removendo escombros e prestando apoio às vítimas. Além disso, o governo estadual mantém alerta para novos episódios de tempo severo, já que as condições atmosféricas continuam instáveis em parte do estado.
De acordo com os meteorologistas, o Paraná tem registrado aumento na frequência e na intensidade de tempestades nos últimos anos. Esse cenário, segundo especialistas, reforça a necessidade de políticas de adaptação climática e planos de emergência mais estruturados.