O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) puniu o Atlético-MG com a perda do mando de campo por seis jogos devido aos episódios registrados durante a final da Copa do Brasil contra o Flamengo, na Arena MRV.
A decisão, anunciada nesta quarta-feira, 27, inclui portões fechados nos primeiros três jogos e a adoção de medidas socioeducativas nos três últimos, permitindo a presença apenas de mulheres, crianças, adolescentes até 16 anos, idosos e pessoas com deficiência.
Motivações e consequências para o Atlética-MG
A punição foi aplicada em razão de incidentes como arremesso de objetos, explosão de bombas, invasão de campo e cantos homofóbicos. Um dos episódios mais graves foi o ferimento do fotógrafo Nuremberg José Maria, atingido por uma bomba atirada da torcida. O responsável pelo ataque foi identificado e preso, sendo indiciado por tentativa de homicídio.
Além da perda de mando, o Atlético foi multado em R$ 198 mil. O clube já cumpriu dois jogos sem torcida na Arena MRV, que permanece interditada desde a final. Durante o período de interdição, a equipe tem jogado no Estádio Independência, também sem público.
Advogado do Atlético, Gustavo Caputo, considerou a punição exagerada, argumentando que as medidas preventivas tomadas pelo clube, incluindo o aumento do efetivo de segurança na Arena MRV, justificariam uma pena menor. O clube ainda avalia recorrer da decisão. O julgamento também incluiu a análise da expulsão do lateral Saravia durante a partida, que recebeu apenas uma advertência do STJD.
Identificação de envolvidos
Em nota, o Atlético informou que, em colaboração com as forças de segurança de Minas Gerais, identificou mais de 20 pessoas envolvidas nos atos de violência na Arena MRV, com outros indivíduos ainda sob investigação.
O recurso referente à interdição da Arena MRV será julgado nesta quinta-feira (28). O clube espera reduzir o impacto das sanções e retomar suas atividades no estádio o mais breve possível.
A decisão do STJD reforça a necessidade de medidas mais rígidas para garantir a segurança nos estádios e combater atos de violência, destacando a responsabilidade dos clubes em prevenir esse tipo de comportamento.