Conhecida por ter uma das maiores frotas de helicópteros do mundo, São Paulo encontrou uma nova função para seus mais de 30 helipontos espalhados pela cidade. Agora, eles estão sendo usados como espaços abertos para aulas de spinning, atividade física que vem conquistando mais adeptos com uma proposta inusitada: pedalar com o vento no rosto e uma vista privilegiada da metrópole.
A ideia surgiu com o treinador Rodrigo Gusman, que começou a repensar os locais de treino durante a pandemia. Na época, ele testou aulas em pistas de patinação, circos e até pet shops. Mas foi em 2021 que os helipontos se tornaram palco de suas aulas mais ousadas. Desde então, ele já realizou treinos em sete diferentes topos de prédios.
“É uma forma de sair do comum. Para quem busca bem-estar, respirar ar fresco e observar a cidade do alto, esse é o lugar ideal”, disse Gusman após uma sessão recente no heliponto de um hotel no centro de São Paulo.
Aulas ao ar livre
São Paulo tem mais de 500 helicópteros registrados, com cerca de 700 voos diários. Apesar disso, muitos helipontos permanecem ociosos, oferecendo estrutura adequada e segurança para eventos. Isso abriu espaço para uma nova vertente fitness — sofisticada e com grande apelo estético.
As aulas duram cerca de 50 minutos e o ingresso custa em média R$ 200. Mas a procura é tanta que há fila de espera: mais de 2 mil pessoas disputam vaga em um evento previsto para maio, que terá apenas 360 bicicletas disponíveis. Cada edição exige investimento aproximado de R$ 50 mil, incluindo equipe de instrutores, DJ e produção.
Para muitos, a experiência vale cada centavo. “Costumo pedalar pelas ruas nos fins de semana, mas estar lá em cima, parado, curtindo a vista, é incrível”, contou Karina Conrado, gerente de uma marca esportiva que patrocinou um dos eventos.
A empresa paulistana Spin’n Soul também aderiu à tendência. Suas aulas acontecem em locais como a Vila Olímpia e a Avenida Paulista, sempre em helipontos com vistas marcantes. Em alguns treinos, o pôr do sol e as luzes dos prédios complementam a atmosfera única.
Daniel Nasser, sócio da empresa, define a proposta como uma “meditação em movimento”. Já Stelio Belchior, CEO da plataforma Academia Foguete, acredita que o ambiente externo estimula mais do que a academia tradicional.
“Com amigos, boa música e uma vista deslumbrante, as pessoas se sentem mais motivadas. Isso pode até aumentar a expectativa de vida.”
Acompanhe o LatAm Reports para mais tendências em saúde, estilo de vida e comportamento nas grandes cidades da América Latina.