Seleção Brasileira já vestiu vermelho, preto e até uniforme do Boca Juniors: veja a história dos uniformes alternativos do Brasil

A camisa amarela com detalhes verdes e o escudo da CBF bordado no peito é um dos maiores símbolos da Seleção Brasileira. No entanto, a história do uniforme da equipe canarinho é cheia de curiosidades, improvisos e homenagens — e inclui até o uso das camisas do Boca Juniors e do Peñarol. Com a confirmação de que o Brasil jogará a Copa do Mundo de 2026 com uma camisa reserva vermelha, a primeira fora da paleta da bandeira nacional em um Mundial, vale lembrar que essa não será uma estreia absoluta.

A cor vermelha já foi usada em outras duas ocasiões históricas, ambas no Campeonato Sul-Americano — atual Copa América. Em 1917, após um sorteio que impediu o uso da camisa branca tradicional, a Seleção entrou em campo vestida de vermelho contra Uruguai e Chile. No segundo jogo, goleou os chilenos por 5 a 0. Já em 1936, contra o Peru, o improviso foi ainda maior: a delegação brasileira usou o uniforme do Independiente, da Argentina, e venceu por 3 a 2.

Vermelho, preto e até azul celeste: Seleção Brasileira além do verde-amarelo

Nem sempre os tons das camisas brasileiras seguiram a tradição. Em 2023, por exemplo, o Brasil jogou de preto em um amistoso contra Guiné como protesto contra o racismo. Os jogadores também se ajoelharam e sentaram no gramado, num gesto simbólico. A vitória por 4 a 1 ficou em segundo plano diante da força do ato.

Mas a ousadia vai além das causas sociais. Em 1937, no mesmo torneio continental, a Seleção usou o uniforme do Boca Juniors — com listras azul e dourado — ao enfrentar o Chile, vencendo por 6 a 4 em plena La Bombonera. E em 1919, vestiu o tradicional amarelo e preto do Peñarol em homenagem ao goleiro uruguaio Roberto Chery, morto dias antes da partida contra a Argentina. Neste jogo, os argentinos, por sua vez, vestiram a celeste uruguaia.

Em outros tempos, o Brasil também apareceu com camisas listradas de verde e amarelo, e até com um tom de azul claro em 1938, durante a Copa da França, contra a Polônia — quando nem deu tempo de bordar o escudo no peito. O jogo, vencido por 6 a 5 com show de Leônidas da Silva, segue sendo o mais prolífico em gols do Brasil em Copas.

Com a estreia da camisa vermelha na Copa de 2026, o uniforme alternativo da Seleção passa a fazer parte do próprio enredo da competição. Para além da tradição estética, cada camisa usada carrega um pedaço da história — seja por necessidade, protesto ou simbolismo.