Remédios para perda de peso avançam em testes para outras doenças, apesar de resultado negativo no Alzheimer

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

A Novo Nordisk informou que o medicamento Rybelsus, uma versão antiga da semaglutida, não conseguiu retardar o declínio cognitivo em pessoas com Alzheimer. O ensaio envolveu pacientes em estágio inicial da doença. Ainda assim, os estudos com remédios usados para perda de peso continuam. Eles investigam possíveis aplicações em áreas cardíacas, renais, hepáticas, neurológicas e respiratórias.

Estudos seguem em diversas frentes, mesmo após o revés

O teste com o Rybelsus avaliou mais de 3.800 pessoas. Nos dois estudos feitos, não houve melhora significativa na função cognitiva. Apesar disso, a demanda global pelos medicamentos GLP-1 cresce. Como resultado, empresas continuam ampliando pesquisas para outras doenças além da obesidade e do diabetes.

Há estudos que analisam o impacto da semaglutida em transtornos ligados ao consumo de álcool. Pesquisadores da Universidade de Copenhague acompanham 108 pacientes com obesidade e diagnóstico de transtorno do uso de álcool. Assim, tentam entender se o medicamento reduz a ingestão de bebidas.

A tirzepatida, usada em remédios como Zepbound e Mounjaro, também passou por testes voltados à insuficiência cardíaca em pessoas com obesidade. A Eli Lilly, porém, retirou o pedido de aprovação nos Estados Unidos. Mesmo assim, outras agências seguem avaliando medicamentos da mesma classe. Em 2024, o Wegovy recebeu autorização da FDA para reduzir o risco de morte cardiovascular, infarto e derrame. A Agência Europeia de Medicamentos também apoiou o uso do remédio para aliviar sintomas de insuficiência cardíaca.

Pesquisas avançam em doenças renais, hepáticas e neurológicas

O Ozempic, baseado em semaglutida, já tem aprovação nos Estados Unidos para reduzir o risco de insuficiência renal em pessoas com diabetes e doença renal crônica. Além disso, a tirzepatida está em estudo intermediário para avaliar sua eficácia em pacientes com obesidade e doença renal. A pesquisa deve incluir até 140 participantes, e os resultados são esperados para o próximo ano.

Houve avanço também em doenças hepáticas. Em agosto, o Wegovy se tornou a primeira terapia com GLP-1 aprovada para tratar adultos com MASH, uma forma de esteato-hepatite ligada à disfunção metabólica. Outra pesquisa, feita com tirzepatida, mostrou melhora significativa em pacientes acompanhados por 52 semanas, segundo dados preliminares.

Além disso, pesquisadores investigam a semaglutida em um quadro neurológico específico: a hipertensão intracraniana idiopática. O estudo é conduzido pelo Danish Headache Center e reúne cerca de cinquenta pessoas. A pesquisa combina o uso do medicamento com uma dieta de baixa caloria.

Por fim, há avanços na área respiratória. Em dezembro de 2024, o Zepbound se tornou o primeiro medicamento aprovado pela FDA para tratar apneia obstrutiva do sono. O remédio age em pacientes que apresentam interrupções repetidas na respiração ao longo da noite.