Regina Madalozzo e a economia feminista: um benefício para toda a sociedade

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

Regina Madalozzo, economista e professora do Insper, foi a ganhadora do Prêmio Todas na categoria Economia. Reconhecida por sua atuação em economia feminista, Madalozzo é uma referência em debates sobre igualdade de gênero no mercado de trabalho.

Em entrevista, a economista compartilhou reflexões sobre sua trajetória e os impactos da economia feminista. Um episódio marcante ocorreu há 15 anos, quando foi questionada por uma jornalista se já havia sofrido discriminação de gênero. Inicialmente, negou, mas depois percebeu que minimizava essas experiências, como muitas mulheres fazem ao normalizar situações de desigualdade.

A evolução do olhar feminista

Madalozzo explica que a economia feminista busca analisar as diferenças de tratamento entre homens e mulheres, promovendo igualdade de oportunidades. “O feminismo não é contra os homens, mas a favor de todos. Tratar as pessoas de forma mais equânime beneficia toda a sociedade”, afirma.

Ela começou a se aprofundar na área ao estudar questões como a diferença salarial entre os gêneros e a discriminação nas promoções. Um estudo marcante realizado por Madalozzo, em parceria com Adriana Carvalho, revelou que o número de afastamentos no trabalho por motivos de saúde ou outros fatores é semelhante entre homens e mulheres, desmistificando o preconceito de que as mulheres faltam mais.

Trajetória e legado

Com formação pela PUC-RJ, mestrado na UFRGS e doutorado na Universidade de Illinois, Madalozzo destaca a influência de economistas feministas pioneiras, como Marianne Ferber e Nancy Folbre, em sua carreira. Ela relembra como encontrou na economia feminista um ambiente mais acolhedor e colaborativo, em contraste com o rigor competitivo tradicional da área.

Além de acadêmica, é autora do livro Iguais e Diferentes (Editora Zahar), que aborda desafios de gênero e economia. Regina defende que a igualdade de gênero no mercado de trabalho e na sociedade não deve ser vista como um privilégio feminino, mas como um avanço coletivo.

“Quando reconhecemos e eliminamos as barreiras impostas às mulheres, todos ganham: as famílias, as empresas e a sociedade como um todo”, conclui.