Real desvalorizado impulsiona turismo médico no Brasil e atrai pacientes estrangeiros

Com o real desvalorizado e fama de excelência em cirurgias plásticas, o Brasil consolida sua posição como destino para o turismo de saúde. O setor cresce entre 15% e 25% ao ano e pode movimentar até US$ 13 bilhões até 2030, segundo a consultoria Brain Inteligência Estratégica.

Na prática, pacientes de diferentes países chegam ao país para realizar desde procedimentos estéticos até tratamentos complexos. Eles buscam preços competitivos e uma infraestrutura médica considerada de alto padrão.

São Paulo no centro do turismo médico

A capital paulista lidera o segmento. São cerca de 200 hospitais e clínicas, com 30,8 mil leitos. Segundo a Brain, 12% dos turistas que visitam a cidade vêm por motivos médicos. Entre os 575 mil médicos brasileiros, 166 mil atuam na capital, quase metade com especialização.

O destaque vai para as cirurgias plásticas. Segundo o relatório da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética indica que o Brasil realizou mais de 2 milhões desses procedimentos em 2024. O país lidera o ranking mundial. Aproximadamente 7% dos pacientes são estrangeiros, cerca de 140 mil ao ano. No estado de São Paulo, 34% dessas cirurgias ocorrem, sendo 60% somente na capital.

Casos como o da suíça Nicole Schultheiss e da americana Adrianna Rains ilustram essa busca. Ambas optaram por médicos brasileiros após indicações e pesquisas sobre qualidade. O custo reduzido foi decisivo. Hoje, a medicina privada brasileira pode ser até 30% mais barata que nos Estados Unidos.

O atendimento a estrangeiros inclui consultas virtuais, exames feitos no país de origem e cronogramas ajustados para estadias curtas. Após as cirurgias, o acompanhamento costuma seguir por videochamadas. Algumas clínicas também oferecem hospedagem e transporte.

A demanda impacta outros setores. Hotéis, apartamentos de aluguel temporário e novos empreendimentos surgem próximos a hospitais. Um exemplo é o Parque Global, na zona sul de São Paulo, que contará com uma unidade avançada do Hospital Israelita Albert Einstein e um hotel-boutique voltado a estadias prolongadas.

O cenário confirma o Brasil como destino relevante no turismo de saúde. A combinação de custo competitivo, mão de obra qualificada e estrutura hospitalar de referência sustenta essa posição.