Reajuste médio dos planos coletivos chega a 11,15% em 2025, mostra ANS

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By LatAm Reports Redatores da Equipe

O reajuste dos planos de saúde coletivos chegou, em média, a 11,15% até agosto de 2025, segundo dados da ANS. O índice mostra uma desaceleração leve em relação aos anos anteriores. Ainda assim, revela que os custos assistenciais continuam pressionando empresas e beneficiários. O avanço reforça um movimento já observado no setor, que tenta equilibrar despesas crescentes e sustentabilidade.

Diferenças entre contratos e impacto no setor

De acordo com a agência, contratos com até 29 beneficiários tiveram o maior aumento. Eles avançaram 14,81%, quase cinco pontos acima dos planos maiores. Essa diferença ocorre porque carteiras pequenas costumam ser mais sensíveis a variações de custo. Além disso, a participação desse segmento cresceu nos últimos anos, o que tornou a oscilação mais evidente. Como resultado, parte dos consumidores passou a sentir reajustes mais altos de forma recorrente.

O painel da ANS também mostra que a presença de contratos com até cinco vidas aumentou de maneira significativa. Eles eram 4,7% em 2014 e passaram para 15% em 2025. Esse movimento ajuda a explicar parte da pressão sobre as tabelas. Por outro lado, planos exclusivamente odontológicos tiveram reajuste de 3,68%. O índice indica estabilidade em relação a 2024 e redução frente a anos anteriores.

Nos convênios coletivos, o reajuste não é definido por um teto anual. O percentual é negociado entre operadoras e contratantes. Por isso, variações intensas podem surgir mesmo em períodos de menor inflação. Segundo as empresas, o aumento reflete consultas, exames e internações mais caros. Além disso, o envelhecimento populacional e o avanço de doenças crônicas continuam elevando custos, mesmo com tentativas de controle.

Entre as maiores operadoras, a Amil liderou o reajuste médio, com 15,75%. Logo atrás vieram Porto Seguro Saúde, Bradesco Saúde, Unimed Nacional e SulAmérica, todas acima de 12%. Elas afirmam que os índices refletem esforços para manter a qualidade assistencial, apesar da alta frequência de uso e da incorporação constante de novas tecnologias.

A Fenasaúde avalia que o índice de 11,15% é o menor em vários ciclos. Segundo a entidade, ações de gestão, renegociações e combate a fraudes ajudaram a reduzir a velocidade de alta. Mesmo assim, o reajuste ao fim do ano deve ficar próximo ao dobro do IPCA. Isso ocorre porque a inflação médica costuma avançar acima da inflação geral. A entidade também cita a judicialização como fator adicional de pressão.

Para especialistas, o desafio é manter o acesso sem comprometer o equilíbrio financeiro do setor. O cenário exige monitoramento constante. Embora haja sinais de moderação, despesas assistenciais seguem elevadas. Como consequência, o reajuste dos planos de saúde permanece um tema sensível para beneficiários, empresas e autoridades.